Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, Paulo Macedo, CEO da CGD, disse que, “relativamente ao MREL (Minimum Requirement for Own Funds and Eligible Liabilities) temos um target para o final deste ano. Estamos a pensar fazer uma emissão até final do ano, mas vai depender de diversos fatores, como resultados e RWA (ativos ponderados pelo risco)”.
“De qualquer maneira o mais importante para nós em termos de emissões é fazermos a call da emissão que se vence em Março do próximo ano, se fizermos a call reduz para efeitos de MREL”, disse Paulo Macedo. De que falava? Da emissão de dívida Additional Tier 1 que teve de fazer no âmbito do seu plano de recapitalização. Recorde-se que a Caixa Geral de Depósitos acordou uma emissão de dívida subordinada AT1 (additional tier 1) que era no total de 930 milhões de euros. Em 2017 fez a primeira tranche de 500 milhões de euros, e teve de suportar uma taxa de juro de 10,75%. É esta dívida que Paulo Macedo pretende recomprar, porque tem um elevado custo (custam 40 milhões por ano em juros).
“A grande prioridade é resgatar a emissão que nós estamos a pagar em juros 10,75%, acima de qualquer rentabilidade registada”, frisou.
Para efeitos de MREL também conta o pagamento, ou não de dividendos, disse o banqueiro.
Paulo Macedo confirmou a intenção de a CGD pagar dividendo extra de 300 milhões ao Estado.
A Caixa em comunicado, para cumprimento dos requisitos de MREL, disse que estima emitir aproximadamente 2 mil milhões de euros de passivos elegíveis em emissões de divida sénior preferencial e dívida sénior não preferencial até ao final de 2023, em complemento à emissão sénior não preferencial, já concretizada em 2019, no montante de 500 milhões de euros.
A decisão sobre o requisito de MREL é baseada na legislação atual e está sujeita a revisão pelo supervisor ao longo do tempo. No decurso do primeiro semestre de 2021, a CGD foi informada da decisão do Conselho Único de Resolução da revisão dos seus requisitos de MREL já ao abrigo da Diretiva Europeia sobre Resolução Bancária (BRRD).
O banco apresentou rácios fully loaded CET1 situados em 18,9%. Hoje, dia 30 de julho, saíram os resultados dos testes de stress da EBA durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados da CGD, e Paulo Macedo confrontado disse que o desempenho do banco foi positivo. “O décimo melhor resultado em 50 bancos”, disse.
Já sobre a ação judicial que interpôs juntamente com BCP e Novo Banco contra a empresa do Estado angolano ENDE (Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade), por causa da garantia prestada à empresa de Isabel dos Santos na compra da Efacec, Paulo Macedo confirmou e disse que a parte da CGD na ação de execução da garantia são 10 milhões de euros.
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