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Paulo Macedo: “Precisamos de sustentabilidade económica para o turismo”

CEO da Caixa Geral de Depósitos disse esta quinta-feira que “Portugal tem tido um crescimento notável no turismo, com um aumento no número de visitantes. Este sector tem um grande potencial de crescimento e pode impulsionar a economia do país”.
18 Julho 2024, 15h47

O presidente da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse esta quinta-feira que, para desenvolver o turismo nacional, é necessário haver sustentabilidade económica, que se consegue sobretudo com o aumento da procura em todo o território – tirar os turistas apenas do litoral – e crescer em valor (receitas).

“Portugal tem tido um crescimento notável no turismo, com um aumento no número de visitantes. Este sector tem um grande potencial de crescimento e pode impulsionar a economia do país”, afirmou Paulo Moita de Macedo, no mais recente “Encontro Fora da Caixa”, organizado Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do qual o Jornal Económico (JE) é media partner.

Paulo Macedo mostrou vários gráfios para confirmar que existe uma correlação entre o investimento e o crescimento das economias, a “grande” heterogeneidade entre países no nível de crescimento do PIB (por exemplo, Portugal e a Letónia investiram cerca de 25% do PIB ao longo da década, mas a Letónia cresceu quase três vezes mais rápido) e que apenas 27%, portanto menos de um terço, das diferenças no crescimento são explicadas por diferenças no nível de investimento.

O CEO da Caixa falou ainda da produtividade, que é “um desafio cada vez maior na Europa e em Portugal com gap significativo em relação a outros países” do Velho Continente. “Muitas vezes os economistas dizem que se as pessoas do turismo estivessem a trabalhar com mais qualificações noutras áreas a produtividade seria superior”, exemplificou. No entanto, esclareceu que o problema “não é só falta de capital”.

“Obviamente que precisamos de imigrantes”

Paulo Macedo, que foi o primeiro orador desta sessão, fez também referência à demografia. “Porque é que nos interessa para o turismo? Interessa, porque o turismo diz que tem 40 mil trabalhadores em falta. O turismo emprega 120 mil imigrantes. Para responder à pergunta tola sobre se precisamos de imigrantes: obviamente, precisamos”, afiançou, neste encontro que decorre no Cineteatro de Alcobaça.

Em relação aos critérios ESG (Environmental, Social e corporate Governance), referiu que os consumidores procuram viagens mais sustentáveis – muitas vezes, descartando até as deslocações de avião –, logo as empresas que têm uma oferta sustentável terão mais oportunidades.

“Queremos ter um território coeso e não só o Algarve cheio, destinos inovadores e competitivos, onde é bom viver, estudar e nascer e um país aberto e ligado ao mundo para ser um hub aberto e ligado ao mundo no tempo dos Descobrimentos. Temos outra vez este desafio: o que fazemos com Portugal e o seu desígnio. Penso que esta podia ser a solução. A Caixa percebe do sector e está disponível para ajudar”, concluiu o presidente do banco público.

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