O vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz, veio este sábado critica o ex-ministro social-democrata Miguel Poiares Maduro por ter proposto o ex-presidente do CDS-PP Paulo Portas para liderar uma coligação PSD/CDS-PP por Lisboa. Miguel Pinto Luz acusa Miguel Poiares Maduro de se “colocar em bicos de pés” e de contrariar o PSD na sua trajetória de “afirmação política”, ao distrair o país com “politiquices”.
“Poiares Maduro pode e deve contribuir para a reflexão do caminho do PSD, mas o ideal é fazê-lo junto do líder e dos seus pares, longe dos holofotes da comunicação social, especialmente agora que faz parte do Conselho Estratégico. Caso opte mais uma vez pela agenda mediática, em detrimento da agenda do partido, saberemos quais foram as suas prioridades”, escreveu Miguel Pinto Luz, numa publicação partilhada na sua página de Facebook.
O comentário surge depois de este sábado o jornal “Expresso” ter noticiado que Miguel Poiares Maduro, agora membro do conselho consultivo do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, defende que os sociais-democratas devem procurar criar uma coligação com o CDS-PP para as eleições autárquicas, em Lisboa e que essa coligação deve ser liderada por Paulo Portas, antigo vice-primeiro-ministro e antigo líder do CDS-PP.
“Tenho respeito intelectual, pelo Dr. Poiares Maduro, mas tenho de concordar com as vozes que o referem como um dos responsáveis pela menor capacidade política da fase final do Governo de Passos Coelho. Apesar dos defeitos e virtudes que conhecemos ao Dr. Miguel Relvas, o Governo de Passos Coelho pode separar-se em antes de Relvas e depois de Relvas. E depois de Relvas veio Poiares Maduro e mais não é preciso dizer”, atira Miguel Pinto Luz.
Segundo o vice-presidente de Cascais, que concorreu contra o atual líder do PSD, Rui Rio, nas diretas do PSD em janeiro, “Poiares Maduro iniciou o ano de 2020, numa nova fase, a de pré-candidato a líder do PSD”. “Nada mais justo, pecando apenas por tardio. Acredito que teria sido mais honesto Maduro ter enriquecido a discussão interna no PSD com a sua candidatura em vez de ter esperado pelo fim das diretas para se posicionar”, indica.
E acrescenta: “Na mesma semana que é recuperado por Rui Rio para o Conselho Estratégico Nacional, é revelado um novo exemplo da capacidade política de Poiares Maduro: ‘Portas candidato do PSD em Lisboa!'”. “Honestamente não sei o que é pior, ter esperado para ser convidado por Rio para o curto-circuitar ou a ideia em si mesma”.
“Este não é o momento de ninguém se colocar em bicos de pés. Este é o momento de reforçarmos o líder do PSD na procura de afirmação política, num momento que é crítico para o país. O PSD só será capaz de ajudar o país a vencer os desafios dos próximos meses, sejam eles problemas sanitários ou económicos se estiver unido e com um líder reforçado”, sublinha Miguel Pinto Luz, lembrando que “a estratégia e a liderança do PSD foram discutidas no final do ano passado”.
Para isso, defende que Rui Rio precisa de “ter todo o partido consigo para poder condicionar as decisões mais relevantes para o país”. “Já o fez, e bem, durante o inicio da pandemia e tem de o fazer agora outra vez. As diferenças que possamos ter com Rio devem ser comentadas com discrição internamente, este é o tempo de pensarmos nos outros e não em nós. O país não nos perdoará se nos distrairmos com ‘politiquices'”, advoga.
Miguel Pinto Luz não comenta a sugestão de Miguel Poiares Maduro, mas deixa-lhe uma sugestão: “dado que tem tempo e interesse numa agenda mediática, porque não informar os líderes distritais que tem disponibilidade para personalizar uma candidatura autárquica?” “Poderia ser uma forma de utilizar adequadamente a sua capacidade política em prol do partido (…) É só uma ideia, e eu sei que gosta muito de ideias”, conclui.
Também nas redes sociais, Miguel Poiares Maduro nega que tenha sido desleal a Rui Rio, por avançar à imprensa que Paulo Portas poderia ser uma boa escolha para Lisboa. Diz que “já tinha feito esta mesma proposta há semanas” no espaço de debate com o socialista João Soares na RTP e que foi claro com Rui Rio que o espaço quinzenal de debate político na RTP o levaria a ter de se pronunciar “sobre os mais diversos temas políticos”.
“O dr. Rui Rio (e espero que ele não leve a mal que o torne publico) foi claro no sentido de que a natureza do conselho consultivo não implicaria qualquer limitação a essa minha liberdade. Claro que se um dia a minha liberdade de comentar politicamente entrasse em conflito com a minha condição de militante teria de tomar uma opção, mas não é o caso”, sublinhou, em resposta a Miguel Pinto Luz.
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