O professor universitário e antigo deputado Paulo Trigo Pereira discordou esta segunda-feira da necessidade de excedentes orçamentais, defendendo que não é pelo saldo orçamental que se deverá reduzir o rácio da dívida face ao PIB.
“Temos um novo enquadramento e novas questões. Este Orçamento dá uma resposta com a qual eu não concordo. Qual é nos próximos anos, o saldo primário máximo que o país deve ter nesta trajetória para reduzir a despesa pública?”, disse Paulo Trigo Pereira, num debate com o economista Joaquim Miranda Sarmento, na conferência “Orçamento do Estado para 2020”, organizada SEDES – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Social, em Lisboa, esta segunda-feira.
“Não basta dizer na folha de excel qual o saldo necessário para reduzir a dívida. A sustentabilidade da dívida tem três dimensões: económico-financeira, social e política”, destacou.
Apesar de salientar a necessidade de “ter nos próximos dez anos contas certas”, questionou qual “o esforço máximo socialmente e politicamente que a sociedade portuguesa aguenta”.
“A outra questão fundamental é que medidas e estratégia vamos ter para o crescimento”, disse, acrescentando que “diminuo o rádio da dívida no PIB querendo saldos orçamentais excedentários – a visão de que é preciso excedente, que não subscrevo”.
“Se tiver excedentes orçamentais maiores, a economia cresce menos. Queremos aumentar, ir pela via dos saldo primários estratosféricos?”, acrescentou.
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