O Partido Comunista Português (PCP) alertou esta terça-feira para o relançamento de um projeto “retrógrado e antidemocrático” por parte dos partidos à direita. Numa homenagem aos militantes comunistas mortos durante a ditadura, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, criticou a instrumentalização da situação económica e social e defendeu que a crise não se ultrapassa com “falsas alternativas”.
“[A crise económica e social] não se ultrapassa com as falsas alternativas de diversas variantes da política de direita. A solução para os problemas do país não se encontra dando retoques ao mesmo modelo que conduziu ao retrocesso e atraso”, referiu o líder comunista, numa cerimónia junto ao monumento, no cemitério de São João, em Lisboa, de homenagem aos mortos no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde.
O secretário-geral do PCP criticou as “forças políticas mais reacionadas” por instrumentalizam a pandemia, “na tentativa de branquear as suas responsabilidades” e de “relançar o seu retrógrado e antidemocrático projeto de destruição das realidades que permanecem de Abril e impor um brutal retrocesso na vida dos portugueses”, subvertendo os princípios inscritos na Constituição da República.
“É esse projeto que forças reacionárias têm na mira, como sobressai da ação revanchista do PSD e do CDS e dos seus sucedâneos, Chega e Iniciativa Liberal, novos pontas de lança do grande capital que põe pressa e pressão na concretização desse projeto antigo”, atirou.
O líder comunista apontou ainda o dedo ao PSD por estar “a preparar a revisão das leis eleitorais”, com vista a “formar maiorias artificiais”, e aos partidos do “grande capital” por explorarem “todos os pretextos para a criação do caldo de cultura social onde fervilha o caldo de suspeição generalizada sobre a política e o próprio regime democrático, se fomentam medos irracionais e tensões racistas e xenófobas”.
Para Jerónimo de Sousa, é preciso “outra política que rompa com a política de direita, que o PS, PSD e CDS prosseguiram durante anos”, e diz que o atual Governo do PS “não abandonou nas suas opções essenciais, inviabilizando as respostas necessárias à solução para os problemas do país”, mantendo o país amarrado aos “mesmos constrangimentos e condicionamentos externos de submissão do euro”.
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