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PCP insiste que Portugal deve dispor de todas as vacinas contra a Covid-19

Jerónimo de Sousa dividiu críticas entre o confinamento, a “banalização do estado de emergência” e as multinacionais da indústria farmacêutica. E disse temer que o processo de vacinação possa enveredar por uma lógica de “salve-se quem puder”.
13 Abril 2021, 18h24

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, apresentou “medidas alternativas ao confinamento” que incluem uma testagem massiva, o rastreio de todos os novos casos de Covid-19 e a garantia de vacinação rápida de todos os portugueses. Algo que, como o líder comunista já defendera na Assembleia da República, implica uma “diversificação na aquisição de vacinas”, colocando ao dispor “todas as que podem ser usadas com segurança”, promovendo condições para o seu fabrico em território nacional e suspendendo ou cancelando a validade das patentes.

Numa intervenção centrada nas críticas ao 15.º estado de emergência, que deverá ser aprovado pela Assembleia da República nesta quarta-feira, e às grandes multinacionais da indústria farmacêuticas, às quais apontou os sucessivos incumprimentos nos contratos celebrados para o fornecimento de vacinas capazes de dar resposta à pandemia, Jerónimo de Sousa criticou os acordos que essas empresas fizeram com a Comissão Europeia. “Têm um negócio extremamente vantajoso. É sempre dinheiro em caixa”, defendeu o líder partidário, que falava após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realizada por videoconferência.

Referindo-se ao “número crescente” de países da União Europeia que estão a negociar diretamente com farmacêuticas de países como a Rússia e a China, o secretário-geral do PCP recordou que uma iniciativa a recomendar igual posição ao Governo, apresentada pelo seu grupo parlamentar, obteve votos contrários do PS, PSD, CDS e Iniciativa Liberal.

Jerónimo de Sousa defendeu igualmente que o Governo deve assegurar que o Serviço Nacional de Saúde garanta o processo de vacinação contra a Covid-19, dizendo que “empurrar para as autarquias” a sua concretização “significaria deixar o país entregue à lógica do ‘salve-se quem puder'”, com os portugueses “vacinados em função da capacidade financeira das suas autarquias”.

Face ao “confinamento como regra” e à “perigosa banalização do estado de emergência”, Jerónimo de Sousa defendeu que o recurso que lhe tem sido feito ao longo da pandemia “apenas tem servido para impor restrições à mobilidade dos portugueses, à atividade de milhares de micro, pequenas e médias empresas e à destruição do tecido cultural e desportivo num quadro em que está por demonstrar a eficácia de muitas das medidas adotadas”. Até porque o PCP considera que os problemas de Portugal foram agravados pela pandemia e “pelo aproveitamento que o grande capital dela tem feito”.

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