O Partido Comunista Português (PCP) rejeitou esta quinta-feira a hipótese de vir a cancelar o XXI Congresso Nacional do partido, que está marcado para os dias 27 a 29 de novembro. Apesar de a data do Congresso coincidir um o pico da pandemia previsto pelos especialistas, os comunistas não que “não há nenhuma razão” para realizar a sua reunião magna e lembram que está em causa “um direito político”.
“Não há nenhuma razão [mesmo depois de ouvidos os especialistas em saúde pública] para não fazer o Congresso do PCP. Estamos a exercer um direito político, que é um direito constitucional, que o estado de emergência permite”, referiu o dirigente comunista Jorge Pires, após a reunião do Infarmed entre especialistas, responsáveis políticos e parceiros sociais, onde foi discutido o prolongamento do estado de emergência.
Jorge Pires referiu que “o PCP é um partido responsável” e, desde o princípio, tem defendido que “os portugueses deveriam seguir as normas emitidas pela Direção Geral de Saúde”, nunca se opondo nem incentivando a oposição às regras e medidas adotadas. Reconheceu, no entanto, que o PCP nem sempre este de acordo com todas as medidas tomadas, “nomeadamente no estado de emergência ainda em vigor”.
Sobre as críticas levantadas à realização do Congresso do partido em Loures, que é um dos concelhos mais afetados pela pandemia, o dirigente comunista assegurou que todas as normas de segurança serão respeitadas, tal como aconteceu na Festa do Avante. Isso irá implicar uma redução para metade no número de delegados presentes, a ausência de convidados nacionais e internacionais, circuitos definidos e a desinfeção regular dos espaços.
“Esse filme já nos vimos em relação à Festa do Avante”, disse Jorge Pires, dizendo que, durante os três dias da realização da festa comunista, “o sítio mais seguro em Portugal” é capaz de ter sido o local da festa, no Seixal. “Temos todas as garantias de que o Congresso irá correr bem e que não irá nascer ali nenhum surto que vá prejudicar o combate à Covid-19”.
Questionado sobre a acusação do líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, de que os comunistas estão a ser “prepotentes e arrogantes” por insistirem em realizar o XXI Congresso em tempo de pandemia, Jorge Pires respondeu: “Se eles se apanham no poder com um decreto de emergência o que eles não vão proibir, o que eles não vão proibir. Por isso é que somos contra o estado de emergência”.
Os especialistas preveem que o pico das infeções por Covid-19 seja atingido “entre 25 e 30 de novembro” e deverá rondar os “7 mil casos”.
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