Os votos de pesar em evocação das vítimas do massacre de Tiananmen, na China, em 1989, foram chumbado esta sexta-feira na Assembleia da República. As iniciativas apresentadas pelo PAN e pelo CDS-PP, em “defesa dos valores fundamentais da Humanidade”, receberam os votos a favor de todas as bancadas, à exceção da do Partido Comunista (PCP).
“Vários milhares de estudantes concentraram-se em Tiananmen [após a morte do então secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Hu Yaobang] apelando ao início de um processo de maior abertura política, numa época em que a pobreza assolava a maior parte do território chinês e em que as práticas corruptas da elite partidária eram sobejamente conhecidas”, recordou o voto de pesar lido por Sandra Pontedeira, secretária da Mesa da Assembleia da República.
O PAN lembrou ainda que os protestos que foram severamente reprimidos pelas autoridades chinesas, que dispararam indiscriminadamente sobre os estudantes a quem se foram juntando centenas de milhares de pessoas de outras faixas etárias. No dia 4 de junho 1989, o exército chinês matou um número indeterminado de estudantes que defendiam um movimento pró-democracia.
“O número de pessoas assassinadas continua a ser um assunto tabu, sendo que volvidos 30 anos, não se conhece o número efetivo de vítimas que variará entre algumas centenas ou uma dezena de milhar de mortos. A emoção e o luto foram reprimidos pelo Governo chinês e até hoje as vítimas, diretas e indiretas, são censuradas e perseguidas”, sublinhou o PAN.
No mesmo sentido, o CDS-PP apresentou também um voto de pesar em memória das vítimas do massacre de Tiananmen, salientando também “o imperativo de renovar a memória” do e exprimindo o seu pesar pelas vítimas.
O massacre de Tiananmen foi recordado por mais de cem mil pessoas em Hong Kong, um dos poucos locais na China onde o evento pode ser recordado, com uma vigília com velas.
No resto da China, as cerimónias que assinalam o dia estão proibidas, com o Governo a defender que o massacre de Tiananmen foi uma ação necessária para abrir caminho ao crescimento económico. Caso contrário, defendem as autoridades chinesas, “a China mergulharia no caos”, como aconteceu com outros países socialistas.
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