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Pedro Lino: “Perspectiva de recessão nos EUA pode afetar rentabilidade das empresas”

Os últimos dois dias têm sido penalizadores para os investidores com as bolsas a registarem perdas significativas. Pedro Lino, CEO da Optimize, aponta que, perante os dados que foram conhecidos, “a economia norte-americana pode estar mais do que aquilo que se esperaria”.
2 Agosto 2024, 20h43

A divulgação de dados económicos desanimadores nos EUA, a apresentação de resultados trimestrais e semestrais abaixo do esperado pelos analistas e a perspectiva de uma recessão do outro lado do Atlântico são fatores que, no entender de Pedro Lino, CEO da Optimize, estão a condicionar os mercados nos últimos dias.

Ouvido pelo JE, este especialista destaca que os dois dias de “fortes quedas” estão relacionados com uma série de dados que foram conhecidos e tornados públicos nas últimas semanas.

“Tivemos o evento da CrowdStrike que afetou o sector da cibersegurança, tivemos a divulgação dos dados de algumas empresas como a ARM no sector dos chips e com perspectivas menos positivas para o futuro; Amazon e Google também não atingiram as expectativas dos investidores; tivemos ainda uma forte correção no sector dos chips e isso vem também na sequência da valorização substancial destas ações”, destacou Pedro Lino.

“Os investidores estavam à espera não só que as empresas superassem os resultados mas também que tivessem perspectivas muito animadoras para os próximos trimestres”, de acordo com a análise de especialista.

Nos dados macro, o CEO da Optimize dá nota da divulgação de dados económicos na última semana que “são preocupantes”: “Estes apontam para uma redução no sector industrial chinês, uma recessão na Alemanha, uma recessão no sector industrial e de serviços nos EUA e ontem e hoje os dados do desemprego em que os pedidos de desemprego atingiram o valor mais alto desde fevereiro e ainda a taxa de desemprego que passou de 4,1% para 4,3%. Isto indica que a economia norte-americana está mais fraca do que o que se esperaria”.

“Por um lado, isso é bom porque significa que a Fed vai descer as taxas de juro de forma mais rápida do que o que se esperava. Por outro lado, se tivermos uma recessão nos EUA associada a uma fraqueza da Europa e da Ásia, sobretudo na China. Essa perspetiva pode sempre traduzir-se em resultados menores para as empresas e é isso que ontem e hoje as bolsas estão a refletir: um aumento da probabilidade da recessão nos EUA que pode afetar a rentabilidade das empresas”, conclui este analista.

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