“A TAP é demasiado importante para deixarmos cair a TAP. Mil e duzentos milhões de euros é muito dinheiro, temos de fazer uma gestão criteriosa desse dinheiro, o que implica que nós consigamos deixar a TAP com uma dimensão que não aponte a uma ‘TAPzinha’, deixe a TAP com maiores probabilidades de sustentabilidade e de viabilidade futura”, defendeu há minutos Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, durante uma audição da comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, que está a decorrer na Assembleia da República.
Na sua intervenção nesta audição, Pedro Nuno Santos não esclareceu se o Governo vai optar pela nacionalização, mas ficou claro que o cenário de falência da companhia aérea nacional parece estar afastado.
O jornal Expresso avança hoje que o Estado português vai avançar para a nacionalização da TAP depois de o Estado não ter chegado a acordo com os acionistas privados sobre as condições para a injeção de 1.200 milhões de euros do Estado na companhia aérea. Apesar de o deputado do PSD Cristóvão Norte se ter referido à notícia do Expresso na sua intervenção, o ministro ainda não confirmou ou desmentiu a notícia avançada pelo jornal.
Em resposta um interpelação do deputado social-democrata Cristóvão Norte, o ministro das Infraestruturas disse que “quando falamos da TAP, não podemos ficar limitados aos resultados da empresas, é um desastre de análise”.
E recordou que 90% dos turistas que chegam a Portugal vêm por via aérea e que, destes, cerca de metade são trazidos pela TAP, sublinhando que a companhia aérea nacional “é a maior exportadora nacional”, que emprega 10 mil pessoas, que compra 1.300 milhões de euros a empresas nacionais e que paga 300 milhões de euros em impostos e contribuições para Segurança Social.
“Do ponto de vista económico e social, seria um desastre para o país perder a TAP”, sublinhou o ministro das Infraestruturas, assinalando que “temos uma responsabilidade perante o país, a TAP é fundamental”. “Só os fanáticos da Iniciativa Liberal, que são fanáticos religiosos e têm uma religião que é o mercado livre, acham que nos podemos dar ao luxo de deixar cair a TAP. Acham que no dia seguinte a TAP é substituída por outra companhia qualquer”, concluiu.
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