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Pedro Nuno Santos sobre o acidente com o Alfa: “Não está em causa a segurança da operação ferroviária em Portugal”

O ministro das Infraestruturas prometeu uma investigação rápida e com conclusões públicas. O acidente provocou dois mortos e seis feridos graves.
  • Pedro Nuno Santos
31 Julho 2020, 20h04

“Não está em causa a segurança da operação ferroviária em Portugal. O Alfa Pendular é uma máquina muito moderna do ponto de vista da tecnologia, a infraestrutura, a sinalização também, mas nós, obviamente, temos de fazer o trabalho de apuramento para percebermos melhor o que aconteceu. A sinalização na nossa rede ferroviária é tecnologia avançada, tal como a infraestrutura, e tal como o nosso material circulante, neste caso, os Alfa Pendulares são tecnologia avançada, mas, obviamente, o acidente aconteceu e nós temos de perceber porque é que ele aconteceu”, assegurou esta sexta-feira o ministro das Infraestruturas, no local onde ocorreu um acidente entre um Alfa Pendular que seguia na linha do Norte, de Lisboa para o Porto, e uma máquina de manutenção da IP – Infraestruturas de Portugal, junto à estação de Soure, imediações de Coimbra.

Segundo o último balanço das autoridades, este acidente ferroviário causou dois mortos, dois trabalhadores de manutenção da IP, e 43 feridos, incluindo sete feridos graves.

“O Alfa Pendular, a infraestrutura ferroviária, a sinalização são hoje sistemas modernos que garantem uma grande segurança. A ferrovia é um dos meios de transporte mais seguros, como sabem, mas, infelizmente, acontecem incidentes. Aquilo que se começou de imediato a fazer, através do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Ferroviários, foi começar já o trabalho de investigação para apurarmos as causas deste acidente, percebermos o que é que aconteceu, percebermos o que é que aconteceu de errado, o que é que podia ser feito, para tirarmos todas as ilações do que aconteceu com este acidente”, garantiu Pedro Nuno Santos.

Segundo o governante, “agora, é prematuro e seria especulativo e errado da minha parte estar a especular em público sobre as causas do acidente”. “Há uma entidade que tem essa função, já começou esse trabalho e, portanto, vamos deixar o GPIAAF fazer o seu trabalho para então todos percebermos melhor o que aconteceu e, portanto, eu não queria, nesta fase, fazer qualquer tipo de especulação”, justificou.

Considerando o acidente “grave”, Pedro Nuno Santos prometeu uma “resposta rápida, adequada”. “Nós faremos tudo para que a entidade que tem essa competência, faça o seu trabalho, primeiro com qualidade, mas também o mais rapidamente possível e, obviamente, da minha parte, é essa a nossa política, é que seja conhecido [o resultado da investigação], nem podia ser de outra forma”, garantiu o governante.

“Vamos esperar pelo relatório para nós percebermos exatamente o que aconteceu. Nesta fase, não vos posso dar explicação que não tenho”, assumiu Pedro Nuno Santos.

O ministro das Infraestruturas sublinhou ainda a segurança da rede ferroviária nacional e o investimento que está a ser feito no setor: “Eu não diria que a ferrovia tenha passado ou passe a ser um meio de transporte inseguro, porque nós sabemos que é mesmo um dos mais seguros que nós temos. Agora, isso não impede que os acidentes possam acontecer, como este aconteceu. Agora, nós temos de perceber o que aconteceu, aprender com o que aconteceu e diminuir ainda mais o risco de acidentes na ferrovia, que, como todos sabem, é diminuto”.

Pedro Nuno Santos realçou ainda que “o investimento na ferrovia, como sabem, está a ser feito, neste momento, sem precedentes nas últimas décadas”.

“Se há momento onde, finalmente, se começou a investir na ferrovia foram estes últimos anos. Isso não quer dizer que não tenhamos problemas. É um trabalho permanente que está a ser feito sobre a nossa ferrovia, não só para a modernizar, mas também na sua manutenção e conservação. Por isso, nós, neste momento, o mais que podemos fazer é esperar pelas conclusões da investigação. Agora, que o investimento na ferrovia e na infraestrutura ferroviária como há já muitas décadas não se fazia em Portugal, isso é uma verdade que todos conhecem”, defendeu o ministro das Infraestruturas, em declarações aos jornalistas.

Sobre a reabertura à operação da linha do Norte, o ministro das Infraestruturas, admitiu problemas: “Vamos ter de esperar para perceber as condições em que fica a infraestrutura. Neste momento, não é essa a nossa maior preocupação. Obviamente que a operação vai ser prejudicada com o acidente”.

Atualizada às 20h05m

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