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Pedro Proença: antigo árbitro e administrador de insolvências quer liderar FPF

Considerado o melhor árbitro do mundo em 2012, o dirigente responsável pela Liga Portugal atingir lucros há nove anos consecutivos quer agora suceder a Fernando Gomes na liderança da Federação Portuguesa de Futebol. E conta com o apoio dos clubes.
Presidente da Liga Portugal, Pedro Proença
19 Dezembro 2024, 07h00

A intenção era conhecida há algum tempo mas só esta quarta-feira foi assumida em público pelo presidente da Liga Portugal. Com a expressão “serei candidato”, Pedro Proença assumiu perante os presidentes dos clubes da I e II ligas profissionais de futebol que vai concorrer à liderança da Federação Portuguesa de Futebol para suceder a Fernando Gomes.

O ex-árbitro internacional, de 54 anos, revelou a decisão durante a 13.ª edição da Cimeira de Presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que decorreu na recém-inaugurada sede do organismo, no Porto, com a presença de dirigentes de 33 das 34 sociedades desportivas da I e II Ligas.

O dirigente que está à frente da Liga Portugal desde 2015 anunciou que a decisão foi tomada após “ponderada reflexão” e após ouvir clubes, associações distritais, Sindicato de Jogadores, Associação Nacional de Treinadores, APAF e outras associações de classe.

Eleito pela primeira vez em 2015, o antigo árbitro de futebol foi reeleito em junho de 2023 para um mandato até 2027, tendo contado com o apoio de todos os clubes profissionais, algo que foi atingido por um líder da Liga Portugal pela primeira vez.

As eleições dos órgãos sociais federativos rumo ao quadriénio 2024-2028 estão marcadas para 14 de fevereiro de 2025, numa altura em que Fernando Gomes está em funções desde 17 de dezembro de 2011 e cumpre o terceiro e último mandato permitido por lei.

Proença “incentivado” pelos clubes

“Estou aqui para vos informar que serei candidato às eleições para a Presidência da Federação Portuguesa de Futebol”, começou por anunciar Pedro Proença na comunicação que fez na Cimeira de Presidentes.

O ainda presidente da Liga assumiu que “não consegui ser indiferente aos apelos que recebi de todos os agentes do Futebol Português para abraçar este desafio”. E revelou que avança “depois de ter recebido hoje o incentivo dos Clubes do Futebol Profissional, que entendem que este compromisso é a continuação daquele que assumi há dez anos”.

“Considero, com humildade, ter a experiência e as competências necessárias para abraçar este projeto mobilizador do nosso Futebol. Construirei uma equipa que responderá aos desafios que aguardam o Futebol Português”, sublinhou.

“Após a validação formal da minha candidatura pela Comissão Eleitoral, apresentarei de imediato as linhas programáticas do meu projeto. Até lá, continuarei absolutamente focado nas minhas funções enquanto presidente da Liga Portugal, enquanto presidente da European Leagues e membro do Comité Executivo da UEFA”, destacou o agora candidato à liderança da FPF.

Desde o final de outubro que a corrida à FPF já conta com um candidato à sucessão: o atual presidente da Associação de Futebol de Lisboa, Nuno Lobo.

Em jeito de antecipação a um confronto com Pedro Proença para a campanha que vai decorrer até fevereiro, o dirigente desportivo garantiu nessa altura que terá “todo o gosto” em contar com o atual presidente da Liga como vice na FPF.

Árbitro com feito inédito em 2012

O agora candidato à liderança da Federação Portuguesa de Futebol está desde 2015 na liderança da Liga Portugal, o mesmo ano em que se retirou de uma bem sucedida carreira como árbitro que tinha iniciado em 1998. Nos 17 anos em que se notabilizou na arbitragem em Portugal, doze dos quais fê-lo sob a insígnia da FIFA e em 2012 atingiu um feito inédito: foi o primeiro árbitro a dirigir a final da Liga dos Campeões e do Europeu de futebol, terminando esse ano com a distinção de “Melhor Árbitro do Mundo” com a conquista do Prémio IFFHS.

Liga Portugal: Nove anos consecutivos sempre com lucros

Quando foi eleito presidente da Liga Portugal em 2015, o antigo árbitro prometeu a recuperação da sustentabilidade económica e financeira desta entidade que alberga todos os clubes profissionais de futebol. Em setembro deste ano, a direção da Liga Portugal aprovou o relatório e contas da última época em que consta o segundo maior lucro de sempre da história da instituição: 2,6 milhões de euros, mais do dobro do que estava orçamentado. São nove anos consecutivos de resultados positivos com um recorde em 2015/16, época que terminou com um lucro de três milhões de euros. Pedro Proença acabaria por ser reeleito em junho de 2019 e reconfirmado de forma unânime em junho de 2023. Poucos meses depois, assumiria o cargo de presidente das Ligas Europeias e uma posição frontalmente contra a SuperLiga europeia.

Caso seja eleito, Pedro Proença deverá deixar a Liga Portugal a três anos de entrar em vigor a centralização dos direitos televisivos em Portugal (prevista para 2028/29) e deixa como legado a aprovação do novo modelo de governação da Associação das Ligas Europeias e a inauguração a 13 de dezembro da Arena Liga Portugal, a nova casa do organismo que custou 18 milhões de euros.

O que poucos sabem é que Pedro Proença formou-se em administração de empresas e chegou a ter uma carreira bem sucedida como empresário e administrador de insolvências. Devido à presidência da Liga Portugal, este responsável assumiu ainda um cargo de direção no Conselho Geral da Confederação Empresarial de Portugal.

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