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Pedro Simas espera que autoridade europeia do medicamento tranquilize “qualquer rumor” sobre vacina da AstraZeneca

Sobre a segurança da vacina, o virologista explica que “existem dados epidemiológicos suficientes de fase 4 com 17 milhões de pessoas já vacinadas que provam que se existir este evento relacionado com a vacina é um evento extremamente raro,
16 Março 2021, 18h05

O virologista Pedro Simas, do Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Lisboa, aguarda a decisão da Agência Europeia de Medicamento (EMA em inglês) e espera que as conclusões ajudem a esclarecer a população sobre a segurança da vacina da AstraZeneca, como contou ao Jornal Económico (JE).

“Espero que a conclusão seja inequívoca que a EMA consiga esclarecer o que se está a passar e tenho esperança que seja pelo melhor que não haja relação causal com estes eventos tromboembólicos”, afirmou ao JE Pedro Simas.

Sobre a segurança da vacina, o virologista explica que “existem dados epidemiológicos suficientes de fase 4 com 17 milhões de pessoas já vacinadas que provam que se existir este evento relacionado com a vacina é um evento extremamente raro, ainda mais raro do que uma reação alérgica”.

Além da raridade dos eventos, Pedro Simas destaca que o mesmo “aconteceu também com pessoas que foram vacinadas com outras vacinas da Pfizer e da Moderna onde os efeitos apareceram com mais ou menos frequência”.

Pedro Simas admite que “poderá haver uma situação medica muito rara que pode estar associada à toma desta vacina”, mas reforça a raridade destes eventos e aponta que foram reportados cerca de 30 casos que apresentavam eventos tromboembólicos em 17 milhões de inoculações. O virologista sublinhou ser mais provável a morte por Covid-19 do que pela vacinação contra a doença.

Apesar dos contratempos, Pedro Simas acredita que a suspensão da administração em Portugal não vai abalar a vontade dos portugueses de serem vacinados e defende que a decisão da EMA vai reafirmar a confiança nas vacinas. “Em ultimo caso as pessoas querem proteger-se e já viram que as vacinas funcionam”, garantiu o virologista acrescentando que a suspensão emite a mensagem de cautela para que “a instituição europeia venha tranquilizar qualquer rumor”.

Embora esteja confiante quanto à segurança das vacinas e de que a toma da AstraZeneca poderá estar para breve no país, Pedro Simas diz estar preocupado com a escassez de vacinas, e porque à suspensão junta-se o facto de “cada vez mais pessoas serem incluídas nos grupos prioritários de vacinação”. Nesta matéria, utilizou o exemplo dos professores.

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