Permitam-se criar! Por que não pensar mais além, por que não pensar “outside-of-the-box”?

Começo esta jornada de escrita por abordar um tema que me é profundamente querido: a criatividade humana. Nos primeiros passos da minha, ainda muito pequena, carreira na investigação científica, o tema da criatividade surgiu inesperadamente fruto de um workshop realizado na Madeira sobre talentos e no qual este tema foi introduzido. A forma científica, efusiva e simples com que foi transmitida a mensagem neste workshop soltou “o bichinho” por esta temática e, a partir deste momento, iniciei os meus trabalhos na área.

Aos poucos e poucos descobri que a criatividade é uma das áreas mais interessantes que poderia ter escolhido. Porquê? Porque é parte de cada um de nós! Cientificamente, a criatividade tem sido estudada por diferentes caminhos. Se considerarmos a corrente cognitiva, esta é muitas vezes encarada como uma capacidade de resolução de problemas, daí encontrarmos frequentemente a expressão “resolução criativa de problemas”. Neste âmbito, a criatividade possibilita o desenvolvimento de processos cognitivos onde se pode incluir, por exemplo, o pensamento divergente. Mas muito mais além, a criatividade é também uma capacidade que pode estar relacionada com as emoções e com a motivação, o que possibilita trabalhar diversas áreas em simultâneo. Por tal, e muito mais, encontramos na criatividade uma ferramenta com grande potencial para um desenvolvimento pessoal e profissional e que para além de tudo o mais, demonstra um dos lados mais divertidos e positivos do ser humano. Numa altura em que somos assoberbados com tanta informação, muitas vezes de índole mais negativa ou pessimista, a criatividade sobressai como uma competência mais “otimista” do ser humano, sendo mesmo estudada na Psicologia Positiva e aqui encarada como uma força de caráter. Deste modo, a criatividade é, na minha opinião, uma das maiores e melhores competências do ser humano. Se pensarmos bem, todos nós somos criativos em vários momentos da nossa vida, seja na hora de fazer o jantar seja, na resolução de um problema no nosso trabalho.

A criatividade pode tomar diversas formas e feitios, pode surgir nos mais variados momentos da nossa vida, pode ser um grande momento que nos “leva para a ribalta” ou pode ser apenas um pequeno momento em família! O meu gosto pela criatividade surgiu particularmente deste reconhecimento de que a criatividade é já uma competência que todos nós temos e que todos nós somos capazes de utilizar! Por isso porque não “pegar” na nossa criatividade e trabalhá-la? Porque não pensar mais além, porque não pensar “outside-of-the-box”? Talvez a sociedade não esteja ainda preparada para tanta criatividade, mas é este o desafio que lanço a todos, incluindo a mim própria, que façamos uso da nossa criatividade, que utilizemos aquilo que já é nosso e que “não precisamos pagar”! Permitam as vossas ideias crescer e florescer, permitam-se “criar”, pois todos nós somos criativos! Agora, o que significa ser criativo? Essa questão fica para uma próxima….Até lá!