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Personalidades JE: Vasco de Mello – Uma vida a agarrar novos desafios

Vasco de Mello não se limitou a ser um empresário que nasceu em berço de ouro. Ao longo dos seus 64 anos tem mostrado que enfrenta as adversidades descobrindo novos desafios. A inauguração do Hospital CUF Tejo, a nova estrutura acionista da Brisa, a nova fábrica química em Espanha e os projetos para produção de hidrogénio em Estarreja confirmam que o Grupo José de Mello não parou no tempo.
31 Outubro 2020, 10h00

O Jornal Económico escolheu 30 personalidades dos últimos 25 anos que marcaram, pela positiva e pela negativa, a atual sociedade portuguesa: políticos, empresários, gestores, economistas e personalidades da sociedade civil. A metodologia usada para compilar as Personalidades JE está explicada no final do texto.

Vasco Maria Guimarães José de Mello (Lisboa, 1956) já é há bastante tempo a face do Grupo José de Mello. Trata-se de um grupo que emprega mais de 10.700 colaboradores. Que em 2019 registou 1,8 mil milhões em proveitos operacionais. E que controla 5,8 mil milhões de euros em ativos totais sob gestão. Mas os números são só a parte mais impessoal da atividade empresarial de Vasco de Mello. O que realmente importa – dito por quem conhece o percurso do empresário –, é ter mostrando a todos que é nos momentos menos fáceis, ou até nos mais difíceis, que se agarram novas oportunidades e se iniciam estratégias diferentes.

Isto, porque aos 64 anos o presidente do Grupo José de Mello foi aplaudido pela generalidade dos gestores e empresários portugueses por ter concretizado um dos maiores negócios de 2020, numa altura que não seria propícia à conclusão de negócios, precisamente durante o primeiro estado de emergência decorrente da pandemia de Covid-19. Mais uma vez, Vasco de Mello deu provas da experiência que tem vindo a acumular durante toda a sua vida. A operação da Brisa confirma que cada adversidade abre sempre novos desafios.

Foi assim desde a infância de Vasco de Mello. Para o melhor e para o pior. Quando tinha apenas cinco anos viu nascer a Lisnave, no estaleiro da Margueira em Almada – um projeto do seu pai, José Manuel de Mello –, o que terá tido uma importância enorme para Portugal, atendendo a que este estaleiro inaugurava a doca que na altura foi considera a maior do mundo. A doca 13, que recebeu o nome do seu bisavô, Alfredo da Silva. Mas nessa mesma altura também conviveu com a euforia financeira da fusão que deu origem ao Banco Totta & Açores.

Em sentido contrário, quando tinha 18 anos, viveu o revés da glória industrial da família Mello, numa derrocada imposta pela política, em setembro de 1974. Foi o momento em que Vasco de Mello assistiu ao saneamento da administração da Lisnave, e que funcionou como uma espécie de antecâmara do que vira a suceder a 14 de março de 1975, quando o Governo Provisório de Vasco Gonçalves nacionalizou toda a banca e seguros.

Mais de 180 empresas da CUF nacionalizadas

Meses depois, em outubro de 1975, por força do decreto-lei 532/75, Vasco de Mello assistiu à nacionalização da CUF, que passou para a tutela do Estado as mais de 180 empresas do Grupo CUF, contando entre as áreas de negócio abarcadas, a banca, os químicos, os têxteis, os minérios, a alimentação, a saúde, a reparação naval e o ambiente, num universo que empregava mais de 110 mil trabalhadores, e que justificava que o Grupo CUF pesasse 5% do PIB português da época.

Nessa fase, após o 25 de Abril de 1974, Vasco de Mello acompanhou o pai e a família para fora do país, instalando-se na Suíça, onde estudou e fez a sua formação em gestão de empresas no American College. Com 23 anos, começou a trabalhar no Citicorp, em Nova Iorque. Porém, a vida andou depressa, com Vasco de Mello a assistir ao esforço que o seu pai, José Manuel de Mello – orientado pela aura industrial do avô Alfredo da Silva –, fez para reconstruir o grupo familiar, lançando em 1988 a holding José de Mello.

Aos 35 anos, em 1991, Vasco de Mello acompanha a criação do Banco Mello, que teve como base a Sociedade Financeira Portuguesa, adquirida em 1988 pelo Grupo José de Mello, e que na realidade assumiu a forma da primeira privatização portuguesa feita no pós-25 de Abril. Seguiu-se a compra da Companhia de Seguros Império em 1992, no âmbito de um processo de reprivatização – a Império que tinha sido criada em 1941 e que pertenceu ao Grupo CUF até 1974. No ano seguinte foi a vez de comprar a maioria do capital da Soponata, sociedade de referência na marinha marcante.

Em 1997, com 41 anos, Vasco de Mello ganhou a reprivatização da Quimigal, que tinha sido nacionalizada em 1975, resultante das empresas da área química do Grupo CUF. Em 2000, um século depois da fundação original, o Grupo José de Mello abarcou a Brisa e a Efacec no seu portefólio empresarial, vendeu a Lisnave e criou a José de Mello Residências e Serviços, no mesmo ano em que o Banco Mello concretizou a fusão com o BCP.

Em 2001 abriu a unidade hospitalar CUF Descobertas, investindo neste projeto 35 milhões de euros, e começou a desenvolver em todo o país a rede de unidades hospitalares CUF. Seguiu-se a compra da Elnosa na Galiza, dedicada à produção e comercialização de químicos que reforçou a presença do Grupo José de Mello no setor químico internacional. Em 2004 o Grupo José de Mello vendeu a Soponata e a Finertec, que operavam em áreas onde este grupo reconheceu que não conseguia acrescentar mais valor.

Aos 50 anos lança a OPA à Efacec

Quando celebrou os 50 anos, em 2006, Vasco de Mello avançou com uma OPA sobre a Efacec, em parceria com o grupo da Têxtil Manuel Gonçalves. Veio depois a compra de uma participação de 2% no capital da EDP – Energias de Portugal, que torna o Grupo José de Mello num dos acionistas de referência da elétrica. O momento do fim do sonho do BCP chegou mais depressa do que poderia ter previsto, porque o Grupo José de Mello concretizou em 2007 a venda da quase totalidade da participação no BCP, que rondou 3,05% do capital social deste banco, o que permitiu reforçar a participação na EDP para cerca de 5%.

Em 2008 foi a vez de vender o negócio dos adubos, detido pela CUF. A José de Mello Saúde abriu novas unidades e deram por terminada a gestão da parceria-público-privada no Hospital Amadora Sintra (que vinha de 1995), avançando para a inauguração da Clínica CUF Cascais e de um instituto de diagnóstico e tratamento no Porto. Em 2009 este grupo assinou com o Estado um contrato para a construção e gestão do futuro Hospital de Braga (em parceria-público-privada), seguindo-se o contrato de gestão do Hospital Vila Franca de Xira.

Finalmente, em 2012, com 56 anos, Vasco de Mello lançou uma OPA sobre a totalidade da Brisa, associado ao fundo Arcus, que levou o Grupo José de Mello a tornar-se o maior acionista desta empresa, com uma participação de 57,3%. Entretanto, fizeram um desenvolvimento societário na Efacec, com a constituição da Efacec Power Solutions, para onde entrou capital angolano, controlado pela empresária Isabel dos Santos.

Em 2018, a área da indústria química do Grupo José de Mello mudou a sua identidade corporativa substituindo a histórica CUF pela marca Bondalti, ao mesmo tempo que efetuou o reposicionamento estratégico do negócio e avançou na internacionalização. Em contrapartida, a CUF passa a ser a marca única na área da saúde, que assim sucede à José de Mello Saúde, o que coincide com a celebração dos 75 anos do primeiro hospital da CUF. Em setembro de 2020 foi inaugurado em Alcântara, perto da redação do Jornal Económico, o Hospital CUF Tejo, que iniciou atividade de forma faseada, com as áreas de ambulatório e imagiologia, substituindo assim o Hospital CUF Infante Santo.

Negócio “genial” na Brisa

Voltando uns meses atrás – a 8 de maio de 2020 –, o grupo de Vasco de Mello juntamente com a AEIF Apollo e a Tagus Holding concretizam a venda de dois blocos de ações representativas de 81,1% dos direitos de voto da Brisa, que controla a maioria do capital da Brisa – Concessão Rodoviária (BCR). O comprador foi a Rubicone BidCo, uma sociedade integralmente detida pelo consórcio de investidores internacionais que integra a holandesa APG Asset Management (gestora da APB, que é o fundo de pensões dos funcionários públicos dos Países Baixos), a coreana NPS – National Pension Service of the Republic of Korea e a suíça Swiss Life Asset Managers (que é a maior seguradora do Ramo Vida na Suíça).

Ou seja, todo este processo foi considerado por muitos empresários como um “negócio genial”, porque dificilmente os vendedores encontrariam melhores compradores para alienar mais de 80% de uma concessionária de infraestruturas. Quatro meses e dez dias depois, a 18 de setembro, a Comissão Europeia deu luz verde a este negócio, que era a última das condições suspensivas que faltava para viabilizar totalmente esta transação.

O negócio foi possível porque Vasco de Mello, enquanto presidente do Grupo José de Mello, e Daniel Amaral, representante do Arcus European Infrastructure Fund 1 LP gerido pela Arcus European Investment Manager LLP tinham concluído com sucesso as negociações efetuadas com o referido consórcio de investidores internacionais para a venda conjunta destes dois blocos acionistas da Brisa, perspetivando a alienação de 81,1% dos direitos de voto por um preço que colocou o valor da Brisa acima dos 3.000 milhões de euros. A compra foi feita por uma sociedade veículo controlada pela APG e pela NPS.

Entra António Pires de Lima

Desta forma, Vasco de Mello iniciou uma nova parceria de longo prazo com o seu Grupo José de Mello, que continua a ser acionista da Brisa, com 17%, mas participando ativamente na gestão e assegurando-lhe a presidência da Brisa. Melhor seria difícil – foi o comentário generalizado entre os gestores de empresas de referência em Portugal.

Do lado dos compradores, foi assumido o compromisso de contribuírem ativamente para o desenvolvimento da empresa da Brisa, sobretudo na sua evolução para novas áreas de negócio – como é o caso da MAAS – Mobility As A Service –, o que é um sinal positivo dado à economia portuguesa por investidores institucionais estrangeiros.

Neste negócio o Grupo José de Mello foi assessorado ao mais alto nível internacional, contando com a participação das equipas da Rothschild & Co e do Caixa BI, juntamente com os escritórios de advogados Vieira de Almeida & Associados, Clifford Chance e Loyens & Loeff.

Na sequência deste negócio, Vasco de Mello reforçou o núcleo de gestores que acompanham a sua atividade empresarial. Entrou neste núcleo António Pires de Lima, para presidente executivo da Brisa. O antigo ministro da Economia, António Pires de Lima, foi nomeado para ser o novo presidente executivo da Brisa. A nomeação surge depois de venda de 81,1% da empresa a um consórcio internacional.

Além do seu percurso político – Pires de Lima foi membro do conselho nacional do CDS-PP (de 2007 a 2014) e ministro da Economia (de 2013 a 2015) –, também tem carreira feita no mundo empresarial, em vários sectores de atividade.

No atual contexto, Pires de Lima vai gerir a concessionária de 11 autoestradas dispersas por todo o território nacional. No primeiro comunicado divulgado pela Brisa a informar a entrada do novo CEO, Pires de Lima considerou “uma honra e um desafio ser CEO da Brisa num momento difícil para a economia portuguesa e mundial”.

O conforto de Pires de Lima e de Vasco de Mello é saberem que o consórcio dominante está disposto a investir na empresa, atendendo às intenções manifestadas pelo administrador do APG, que anunciou que “o consórcio tem capital disponível para fazer o negócio crescer e espera investir mais de 1,2 mil milhões de euros nos próximos 15 anos”, na “manutenção e melhoria da rede rodoviária” e no “desenvolvimento de novas soluções de mobilidade”.

Os apoios da família

Embora Vasco de Mello seja há muitos anos o líder do Grupo José de Mello, na realidade não está sozinho. Pedro de Mello é um dos seus onze irmãos, desempenhando a vice-presidência do Grupo José de Mello – responsável pelo conselho de família, o que é relevante quando se trata de organizar reuniões com 132 membros familiares. Conta igualmente com o apoio de Salvador de Mello, o irmão que tem vindo a orientar a estratégia da saúde, o gestor da CUF (ex-José de Mello Saúde), responsável pelo investimento concretizado no novo Hospital CUF Tejo.

Tal como João de Mello, que lidera a Bondalti – deu uma entrevista ao JE a explicar os novos investimentos do grupo neste sector –, responsável pela nova fábrica em Espanha e pela negociação da Enkrott, bem como pelo projeto de 2,4 mil milhões que tem em mãos para produzir, entre outros produtos químicos, hidrogénio verde na unidade de Estarreja.

Fora da família, Vasco de Mello tem entre os seus maiores apoios, António Gonçalves, um dos principais acionistas da Têxtil Manuel Gonçalves, parceira do Grupo José de Mello na Efacec, que, segundo consta entre os meios industriais, terá ficado mais confortável depois da nacionalização da participação detida por Isabel dos Santos na Efacec.

E Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), que controla a Farminveste, detentora de uma participação de 30% na CUF. Também Steven Braekeveldt, o CEO do Grupo Ageas Portugal, que em 2019 fez a parceria com o Grupo José de Mello para as residências seniores.

João Vieira de Almeida continua a ser um dos principais amigos de Vasco de Mello. Além de ter sido administrador da Brisa, esteve recentemente envolvido na negociação da venda de mais de 81,1% da Brisa. O holandês Jan-Willem Ruisbroek é um dos mais recentes apoios de Vasco de Mello, responsável pelo fundo de pensões APG, líder do consórcio que comprou 81,1% da Brisa.

Entre os apoios luso-brasileiros encontra-se António Pargana, primo de Francisco Louçã e de Vítor Gaspar (antigo ministro das Finanças), que é o responsável da Global Roads, a parceria que reuniu os três investidores que em 2015 compraram 30% da BCR – Brisa Concessão Rodoviária, gestora da concessão principal, um grupo onde se encontra igualmente Fernando Camargo, dono da rede de televisão brasileira InterTV, que trabalha com a Globo. Em 2015 estes investidores do Brasil pagaram 770 milhões de euros por menos de um terço da BCR.

METODOLOGIA

O Jornal Económico (JE) selecionou as 25 personalidades mais relevantes para Portugal nos últimos 25 anos, referentes ao período balizado entre 1995 e 2020, destacando as que exerceram maior influência no desenvolvimento da sociedade civil, da economia nacional, no crescimento internacional dos nossos grupos empresariais, na forma como evoluíram a diáspora lusa e as comunidades de língua oficial portuguesa, no processo de captação de investidores estrangeiros e, em suma, na maneira como o país se afirmou no mundo. Esta lista foi publicada a 4 de setembro de 2020, antes do primeiro fim de semana do nono mês do ano. Retomando a iniciativa a partir do último fim de semana de setembro, mas agora alargada a 30 personalidades, o JE publicará, todos os sábados e domingos, textos sobre as 30 personalidades selecionadas, por ordem decrescente. Aos 25 nomes inicialmente publicados, o JE acrescenta agora os nomes de António Ramalho Eanes, António Guterres, Pedro Queiroz Pereira, Vasco de Mello e Rui Nabeiro.

Cumpre explicar ao leitor que a metodologia seguida foi orientada por critérios jornalísticos, sem privilegiar as personalidades eminentemente políticas, que tendem a ter um destaque mediático maior do que o que é dado aos empresários, aos economistas, aos gestores e aos juristas, mas também sem ignorar os políticos que foram determinantes na sociedade durante o último quarto de século. Também não foram ignoradas as personalidades que, tendo falecido pouco antes de 1995, não deixaram de ter impacto económico, social, cultural, científico e político até 2020, como é o caso de José Azeredo Perdigão e da obra que construiu durante toda a sua longa vida – a Fundação Calouste Gulbenkian.

O ranking é iniciado pelos líderes históricos de cinco grupos empresariais portugueses, com Alexandre Soares dos Santos em primeiro lugar, distinguido como grande empregador na área da distribuição alimentar, e por ter fomentado a internacionalização do seu grupo em geografias como a Polónia – com a marca “Biedronka” (Joaninha) – e a Colômbia. Assegurou igualmente a passagem de testemunho ao seu filho Pedro Soares dos Santos. O Grupo Jerónimo Martins tem vindo a incentivar a utilização de recursos marinhos, pelo aumento da produção portuguesa de aquacultura no mar da Madeira – apesar de vários economistas terem destacado a importância da plataforma marítima portuguesa como fonte de riqueza, poucos empresários têm apoiado projetos nesta área, sendo o grupo liderado por Soares dos Santos um dos casos que não descurou o potencial do mar português.

Segue-se em 2º lugar Américo Amorim, que além do seu império da cortiça – o único sector em que Portugal conquistou a liderança mundial –, se destacou no mundo da energia e nos petróleos, assegurando a continuidade do controlo familiar dos seus negócios através das suas filhas. Belmiro de Azevedo aparece em terceiro lugar, consolidando a atividade da sua Sonae, bem como a participação no competitivo mundo das telecomunicações e o desenvolvimento do seu grupo de distribuição alimentar, com testemunho passado à sua filha, Cláudia Azevedo.

Em quatro lugar está António Champalimaud e a obra que o “capitão da indústria” deixou, na consolidação bancária, enquanto acionista do Grupo Santander – um dos maiores da Europa –, mas também ao nível da investigação desenvolvida na área da saúde, na Fundação Champalimaud. Em quinto lugar surge Francisco Pinto Balsemão que centrou a sua vida empresarial na construção de um grupo de comunicação com plataformas integradas e posições sólidas na liderança da imprensa e da televisão durante o último quarto de século.

Os políticos aparecem entre as individualidades seguintes, liderados por Mário Soares (que surge em 6º lugar). António Ramalho Eanes está em 7º lugar, António Guterres em 8º, seguindo-se Marcelo Rebelo de Sousa (9º), António Costa (10º), José Eduardo dos Santos (11º) – pelo peso que os elementos da sua família tiveram na economia portuguesa, sobretudo a sua filha Isabel dos Santos, e pelos investimentos concretizados em Portugal pelo conjunto de políticos e empresários angolanos próximos ao ex-presidente de Angola, atualmente questionados, na sua maioria, pela justiça angolana – e Aníbal Cavaco Silva (12º). Jorge Sampaio surge em 13º, seguido por Mário Centeno (14º), José de Azeredo Perdigão (15º), António Luciano de Sousa Franco (16º), Pedro Passos Coelho (17º), Álvaro Cunhal (18º), Ernesto Melo Antunes (19º), Luís Mira Amaral (20º), Pedro Queiroz Pereira (21º), Vasco de Mello (22º), Ricardo Salgado (23º), José Socrates (24º), Ernâni Rodrigues Lopes (25º), Francisco Murteira Nabo (26º), Rui Nabeiro (27º), Leonor Beleza (28º), António Arnaut (29º) e Joana de Barros Baptista (30º).

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