As perspetivas de crescimento das exportações no Japão não foram concretizadas em novembro, segundo um estudo conduzido por 15 economistas japoneses. Os dados são divulgados pela ”Reuters” esta sexta-feira, que sugere uma perspetiva económica enfraquecida face à disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, mesmo depois da facilitação da procura global de produtos japoneses.
Segundo os dados, em 2017, as exportações em novembro foram antecipadas em alta com um crescimento de 1,8%, desacelerando do aumento de 8,2% de outubro. As importações cresceram 11,5% no mês passado em relação ao ano anterior, resultando num défice comercial de 600,3 mil milhões de ienes (4.65 mil milhões de euros), explica a agência.
“As exportações não têm impulso, o que deve continuar a ser devido a fatores como a desaceleração na procura global por produtos relacionados a IT”, disse Takumi Tsunoda, economista sénior do Instituto de Pesquisa do Banco Central Shinkin.
O Japão, e muitas outras economias mundiais, enfrentam uma amarga guerra comercial sino-americana. Sendo que são vários os Governos que se preocupam com as consequências deste conflito numa perspectiva do crescimento global, o investimento e os lucros das empresas.
Koya Miyamae, economista sénior da SMBC Nikko Securities – uma empresa que fornece apoio e serviços financeiros – disse que, considerando os desastres naturais recentes, ”é difícil avaliar os possíveis efeitos do atrito comercial sino-americano sobre as exportações japonesas”.
“A verdade é que o ritmo de crescimento das exportações do Japão este ano é lento em comparação com o ano passado, em parte devido à desaceleração da China. É preciso estarmos atentos para avaliar como o atrito comercial global afetará as remessas do país ”, concluiu.
A pesquisa também descobriu que o índice de preços ao consumidor (IPC), que inclui produtos derivados do petróleo, mas exclui preços de alimentos frescos, subiu 1,0% em novembro em relação ao mesmo período de outubro e setembro deste ano.
“Os salários estão a crescer modestamente e o sentimento do consumidor não está necessariamente a piorar”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin. “Os gastos dos consumidores estão a melhorar, mas não estão fortes o suficiente para impulsionar os preços”, sublinha.
Devido aos desastres naturais, a economia japonesa desacelarou mais nos ultimos quatro anos, quando uma série de desastres naturais interrompeu a produção e a rede de distribuição de fábricas.
Os analistas esperam uma recuperação no crescimento no trimestre atual, mas os conflitos comerciais globais e a queda da procura externa aumentaram os riscos para a terceira maior economia do mundo.
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