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Peso da dívida externa líquida caiu para 84,4% do PIB. Porquê?

As variações de preço e as variações cambiais explicam a redução de 2,7 pontos percentuais do peso da dívida externa líquida no final do primeiro semestre face a dezembro de 2020.
18 Agosto 2021, 18h00

O peso da dívida líquida externa portuguesa caiu para 84,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do primeiro semestre, abaixo dos 87,1% do PIB registados no final do ano passado, refletindo sobretudo as variações dos preços e do câmbio.

A dívida externa líquida – que corresponde à posição de investimento internacional excluindo, fundamentalmente, os instrumentos de capital, ouro em barra e derivados financeiros – reduziu-se 2,7 p.p. entre dezembro de 2020 e junho deste ano, segundo os dados publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o regulador bancário, a dívida externa líquida de Portugal fixou-se em 176,3 mil milhões de euros no final do primeiro semestre. A PII de Portugal situou-se em -207.900 milhões de euros, o que traduz uma redução da posição negativa em aproximadamente 4.900 milhões de euros em relação ao final de 2020.

A explicar esta evolução estão essencialmente o contributo positivo das variações de preço (3,6 mil milhões de euros) e das variações cambiais (1,3 mil milhões de euros).

“Nas variações de preço, destacou-se, na componente de passivos, a desvalorização dos títulos de dívida pública portuguesa detidos por não residentes e, na componente de ativos, a valorização de títulos de capital na posse de entidades residentes com relação de grupo”, detalha o BdP, acrescentando que “as variações cambiais justificaram-se, essencialmente, pela apreciação do dólar americano, do metical de moçambique e da libra esterlina com impacto no aumento do valor em euros dos ativos externos expressos nestas divisas detidos por residentes”.

Em percentagem do PIB, registou-se uma redução da posição negativa da PII ao passar de -105,1% em 2020 para -99,5% no final deste semestre.

O que é a dívida externa líquida?

A dívida externa líquida corresponde à dívida externa bruta deduzidas do mesmo tipo de ativos que os residentes detêm sobre não residentes, explica o BdP. São assim considerados, por exemplo, os títulos de dívida emitidos por não residentes e detidos por residentes em Portugal, empréstimos da banca em Portugal a uma empresa no exterior ou depósitos de residentes num banco estrangeiro.

Ao contrário da dívida externa bruta que assume sempre valores positivos, dívida externa líquida pode assumir valores negativos ou positivos, caso os ativos de dívida sejam maiores ou menores que os passivos de dívida. No caso de Portugal, tendo uma dívida externa líquida positiva, é um país devedor face ao exterior.

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