[weglot_switcher]

‘Pesos Pesados’ empurram PSI 20 para terreno negativo

Bolsa nacional inverte tendência de abertura e segue em queda pela quarta sessão consecutiva, penalizada pela subida dos juros da dívida, Mercados europeus negoceiam com ganhos ligeiros.
14 Novembro 2016, 13h59

A bolsa de Lisboa recua, a meio da sessão desta segunda-feira, 0,25% para os 4366,15 pontos, a negociar em mínimos de julho. A pressionar o índice está o comportamento da dívida pública portuguesa. A subida das ‘yields’ espanholas, italianas e portuguesas explica a underperformance dos respectivos mercados accionistas. De acordo com o BPI, “este comportamento explica a debilidade de acções como a EDP e a REN, cuja actividade é bastante condicionada pela evolução das yields.

A penalizar o índice estão os ‘pesos pesados’: A EDP cai 1,39%, a Galp Energia perde 0,56% e a Jerónimo Martins recua 1,04%. Igualmente em queda, seguem os títulos do BCP (-0,83%), REN (-0,55%), Semapa (-0,98%) e Pharol (-5,26%).

A impedir maiores descidas no índice estão as ações da Altri (0,55%), EDP Renováveis (0,60%), NOS (1,00%) e Navigator (0,57%). A estrela do dia, é mais uma vez a Sonae, a subir 3,22%.

Os principais índices europeus negoceiam com ganhos, com os investidores à espera de conhecer o programa económico de Donald Trump, que, pelo menos até agora, assenta apenas em linhas gerais. Entre as diversas medidas as que mereceram a maior importância por parte dos mercados financeiros estão o plano de infra-estruturas e a redução dos impostos

Os investidores reagem ainda à divulgação dos dados da produção industrial. Na Zona Euro caiu em Setembro 0,8%, quando os economistas apontavam para uma queda entre 0,3% e 1,6%. Na China, a produção industrial cresceu 6,1% em outubro, em termos homólogos, ao mesmo ritmo que tinha sido registado em setembro. Já a economia do Japão cresceu mais do que o previsto no terceiro trimestre, o que representa o terceiro período trimestral consecutivo de expansão. O produto interno bruto do Japão aumentou 2,2% em termos homólogos nos três meses até ao fim de setembro.

O Dax sobe 0,63%, o índice francês CAC ganha 0,55%, a praça holandesa AEX valoriza 0,55%, e o Footsie de Londres avança 0,46%.

O petróleo Brent perde 1,01% para os 44,30 dólares. O mercado mostra preocupação com o excesso de oferta de crude, após dados mostrarem que a produção nos países da OPEP aumentou para um recorde em Outubro, crescendo em 240.000 barris diários para 33,64 milhões.

No mercado forex o euro perde 0,74% para 1,0774 dólares, a fazer mínimos de janeiro deste ano. A Libra recua 0,60% para 1,2517 dólares. O mercado começa a sinalizar que a política económica de Trump criará pressões inflacionistas, que obrigarão a FED a acelerar o processo de aumentos das taxas de juro.

A ‘yield’ da dívida portuguesa a dez anos, negoceia a subir 7,7 pontos base para 3,574%, para máximos de um mês. A primeira consequência da vitória de Donald Trump foi a subida das yields americanas. O mercado americano de dívida é o maior do mundo e os seus movimentos contagiam os demais mercados obrigacionistas. Assim, desde 4ª feira que se tem assistido a uma subida generalizada das yields mundiais, um movimento que ganha uma maior expressão naqueles países em que a dívida pública é elevada (Espanha, Itália e Portugal). Esta semana Portugal volta aos mercados para se financiar até 1.500 milhões de euros em dívida de curto prazo.

Os futuros dos índices norte-americanos seguem em alta esta segunda-feira, a subir cerca de 0,35%, após terem fechado a melhor semana desde 2011, na sequência da inesperada vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA. Os investidores estão agora na expetativa em perceber quem será nomeado para a administração Trump. A transição continuará a ser um fator que influenciará os mercados financeiros nas próximas semanas.

Uma série de oradores da Reserva Federal estão programados para discursar na segunda-feira, incluindo o presidente do Fed de Dallas, Rob Kaplan, o presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, e o presidente do Fed de são Francisco, John Williams.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.