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PetroChina. O maior colapso de sempre da bolsa não tem fim à vista

A PetroChina, a primeira empresa do mundo a atingir uma valorização de um bilião de dólares, está a cair desde 2007, apesar de os resultados do último trimestre se cifrarem em 606,8 milhões de euros. Os analistas da Bloomberg acreditam que, nos próximos 12 meses, as ações da petrolífera irão descer ainda mais.
31 Outubro 2017, 10h00

Dez anos depois de a PetroChina ter começado a ser cotada na Bolsa de Xangai, a petrolífera estatal chinesa perdeu cerca de 688 mil milhões de euros de valorização, o que os analistas da Bloomberg afirmam ser a maior queda de sempre no mercado bolsista mundial. E as coisas podem ainda piorar, uma vez que as ações da empresa na bolsa chinesa deverão descer ainda mais 16% nos próximos doze meses, de acordo com as previsões dos analistas financeiros da agência noticiosa.

A descida no valor das ações não é totalmente da responsabilidade dos seus administradores. A PetroChina foi abalada por algumas das maiores alterações políticas da última década naquele país, incluindo a vontade de o Governo tentar sufocar as medidas especulativas que levaram a petrolífera a ser a primeira empresa mundial a ultrapassar a valorização de um bilião de dólares (cerca de 860 mil milhões de euros), em 2007.

Junte-se a descida de 44% no preço do petróleo registada nos dez últimos anos e o plano ambicioso de Xi Jinping para promover a venda de veículos elétricos (que fez da China o maior mercado mundial para este tipo de veículos) e é fácil compreender a apreensão dos analistas no que respeita a futuro da PetroChina.

Em contraciclo estão as ações da empresa na bolsa de Hong Kong, onde a PetroChina se estreou em abril de 2000. As chamadas “ações H” registam um retorno positivo de cerca de 735% desde aquela data – os analistas da Bloomberg esperam um aumento no valor de até 31 durante o próximo ano, mas representam apenas menos de 12% do total de ações da empresa.

Um porta-voz da empresa declinou-se a comentar as previsões da Bloomberg e o estado da empresa, no mesmo dia em que se ficaram a conhecer os resultados do último trimestre, que se cifram em receitas líquidas de 606,8 milhões de euros, bem abaixo dos 979,4 milhões previstos pela JPMorgan Chase & Co.

Ainda que as políticas governamentais que regulam o mercado bolsista se tornassem mais permissivas, um cenário que será difícil de acontecer, os maiores investidores encontram-se, atualmente, ligados aos setores da tecnologia e dos bens de consumo, ao invés de nos “velhos” setores económicos, como o petróleo, para mais – reitere-se – numa altura em que o presidente chinês voltou a afirmar o seu compromisso para com o crescimento sustentável da economia, apontando para 2030 como o ano do fim das emissões dos automóveis no seu país.

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