O conflito diplomático entre a Arábia Saudita e o Kuwait dura desde 2014, tudo devido a uma zona que os dois países consideram ser sua. Esta zona neutra tem prejudicado a produção de petróleo dos dois países, sendo que podem ser bombeados até 500 mil barris todos os dias, uma quantidade de se assemelha à produzida pelo Qatar.
O Kuwait afirma que está a trabalhar com a Arábia Saudita para retomar a produção de petróleo na mesma zona, que se encontra encerrada há perto de cinco anos, indica o jornal espanhol ‘El Economista’, esta quinta-feira. Enquanto esta batalha continua, o futuro do petróleo está a ser negociado a 1%, uma vez que na semana passada, as reservas caíram em 10,8 milhões de barris.
O jornal espanhol noticia ainda que o ministro de Estado da Arábia Saudita, Abdulaziz Bin Salman, visitou o Kuwait na passada quarta-feira. Os representantes dos dois países voltaram a reunir para “acabar com todos os problemas técnicos”, afirmou o porta-voz governamental do Kuwait.
Esta área pode produzir até 500 mil barris diários, o que equivale a aproximadamente 4% da produção combinada destes países. Apesar de ainda não se saber se a produção será retomada, esta produção adicional deverá fazer cair a produção em outros lugares mundiais. Os dois países estão ainda sujeitos a quotas estabelecidas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Apesar dos dois países já terem resolvido os seus assuntos, as questões que se encontram pendentes são de natureza técnica, avança uma fonte anónima. Desde 2015 que os responsáveis dos dois países se encontram de forma privada, mas os planos para a reativação da produção nunca foi avante.
Esta zona neutra estende-se por 5.700 quilómetros quadrados, tendo sido criada durante a assinatura de um tratado em 1922, entre o Kuwait e a recém-nascida Arábia Saudita. Na década de 70, os dois países concordaram em dividir a área e incorporar metade nos seus territórios, enquanto partilhavam e administravam a riqueza do petróleo, em conjunto. A região já contém dois campos de petróleo principais: o Wafra, em terra, e o Khafji no alto mar.
O não acordo entre os dois países começou em Wafra, que na altura estava a ser operado pela Chevron, a segunda maior empresa de energia dos Estados Unidos. Em 2009, a Arábia Saudita ampliou a concessão original de 60 anos do campo, concedendo os respetivos direitos à empresa norte-americana até 2039.
A importância dos campos tem vindo a aumentar e tornou-se maior devido ao impacto das sanções sobre a Venezuela e o Irão, quando restringiram o fornecimento de petróleo bruto, que estava a ser produzido na zona neutra. Os diplomatas norte-americanos têm estado a pressionar as duas partes para que se chegue a um acordo.
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