Os preços do petróleo mantém-se estáveis esta segunda-feira, com a preocupação com o impacto da incerteza tarifária dos EUA e o aumento da produção dos produtores da OPEP+ a pressionar os preços, enquanto as potenciais sanções às exportações de petróleo iraniano forneceram algum suporte.
O petróleo Brent sobe 0,44% para 70,67 dólares por barril nesta altura. O crude West Texas Intermediate dos EUA está nesta altura (12h06) nos 67,35 dólares, também com uma subida de 0,46%.
A semana passada marcou a sétima perda semanal consecutiva do WTI, a maior sequência de perdas desde novembro de 2023, enquanto o Brent caiu pela terceira semana consecutiva, avança a Reuters.
Joseph Dahrieh, Managing Principal at Tickmill, comenta dizendo que “os futuros do petróleo bruto têm estado sob pressão, uma vez que as preocupações com as tarifas de importação dos EUA e o seu impacto no crescimento económico global e na procura de combustíveis pesaram no sentimento do mercado. As tarifas impostas e adiadas pelo Presidente Trump aos principais fornecedores de petróleo, como o Canadá e o México, combinadas com as medidas de retaliação da China, aumentaram os receios de uma desaceleração económica global”.
“Esta incerteza aumentou a pressão descendente sobre os preços do petróleo, uma vez que se prevê que o crescimento mais lento e a procura reduzida prejudiquem a actividade do mercado. A perspectiva de curto prazo continua pessimista, com os riscos relacionados com as tarifas a continuarem a afectar o sentimento do mercado petrolífero. No entanto, uma possível resolução poderia fornecer algum suporte”, defende o analista da Tickmill.
A decisão da Arábia Saudita de cortar os preços do petróleo para a Ásia e os dados deflacionistas da China intensificaram ainda mais o sentimento negativo, aponta Joseph Dahrieh para quem os cortes de preços são vistos como uma tentativa de manter a quota de mercado devido ao aumento da oferta e à procura mais fraca. “Estas ações aumentaram os receios de uma desaceleração prolongada do mercado. Mais pressão descendente sobre os preços poderá materializar-se no curto prazo, uma vez que tanto as incertezas da procura como os ajustamentos do lado da oferta contribuem para o sentimento de baixa no curto prazo”, defende.
Entretanto, a decisão da OPEP+ de aumentar a produção de petróleo a partir de Abril aumenta as preocupações com a oferta, agravando potencialmente o desequilíbrio do mercado.
“Embora o aumento da produção possa indicar confiança na recuperação futura da procura, traz o risco de excesso de oferta face à incerteza económica global”, considera Joseph Dahrieh.
Como resultado, o mercado irá provavelmente continuar sob pressão, com qualquer recuperação a depender de indicações mais claras de procura mais forte, conclui.
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