[weglot_switcher]

PEV também qualifica Plano de Recuperação e Resiliência de “oportunidade perdida”

“Verdes” saíram “preocupados” da reunião com o primeiro-ministro, coincidindo com a Iniciativa Liberal nas dúvidas quanto à forma como as propostas do documento podem criar “condições reprodutivas que possam permitir o desenvolvimento do país e do bem-estar das populações”.
  • António Pedro Santos/Lusa
21 Setembro 2020, 12h41

A delegação do PEV que reuniu com o Governo para a apresentação do Plano de Recuperação e Resiliência repetiu o diagnóstico de “oportunidade perdida” que fora deixado pelo presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, na primeira das oito audiências que ao longo desta segunda-feira vão decorrer com todos os partidos com representação parlamentar (tirando o PS) na residência oficial do primeiro-ministro.

No final da reunião, a dirigente Manuela Cunha começou por dizer que os “Verdes” saíram preocupados da reunião com António Costa “porque parece que podemos estar perante mais uma oportunidade perdida”, na medida em que “não foram tomadas suficientes ilações do que é esta pandemia, as suas causas, como se propagou, e como o Mundo e Portugal têm de promover uma base de desenvolvimento sustentável”.

Ressalvando “raras exceções” positivas no Plano de Recuperação e Resiliência que enquadra as verbas disponibilizadas pela União Europeia para fazer face à crise económica e social provocada pela pandemia, incluindo o investimento no Serviço Nacional da Saúde – “que, aliás, deveria acontecer com ou sem Covid”, comentou – , na ferrovia e na habitação pública, o PEV considera que o documento não dá resposta a problemas estruturais de Portugal. É o caso, segundo os “Verdes”, da necessidade de soberania alimentar, pois a pandemia tornou evidente como “somos altamente dependentes de bens de consumo alimentares” vindos de outros países, ou de fazer face ao “desequilíbrio populacional” que potenciou a propagação do coronavírus.

Considerando que o documento apresentado pelo primeiro-ministro, pelos ministros da Economia e do Planeamento, Pedro Siza Vieira e Nelson de Souza, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, não cria “condições reprodutivas que possam permitir o desenvolvimento do país e do bem-estar das populações”, Manuela Cunha garantiu que o PEV irá dar contributos para “um melhor aproveitamento das verbas” provenientes de Bruxelas.

Depois da Iniciativa Liberal e do PEV, o Governo reunirá nesta segunda-feira com o PCP, PAN, Chega, CDS, Bloco de Esquerda e PSD, seguindo-se na terça-feira a discussão do documento no Conselho Económico e Social e na quarta-feira um debate parlamentar que contará com a presença de António Costa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.