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Pingo Doce aposta nas refeições e cozinhas próprias para crescer em 2019

A marca do Grupo Jerónimo Martins tem neste momento três cozinhas centrais e proximamente irá inaugurar uma nova, localizada em Aveiro, e que irá abastecer toda a zona norte do país.
  • Pingo Doce
10 Março 2019, 18h07

Num ano em que o mercado da distribuição em Portugal está a ser animado pela concretização do início da operação do gigante espanhol do setor, a Mercadona, e pela turbulência em torno do controlo accionista do Dia (em Portugal opera com a insígnia Minipreço), que poderá provocar alterações no ranking dos principais operadores no mercado nacional, nota-se que a crescente competitividade no setor passa por novas tendências que privilegiam a inovação e se focam em particular no retalho agroalimentar. Os destaques vão para os produtos frescos, soluções de refeições com cozinhas próprias dos grupos distribuidores e para as marcas próprias. Há uma aposta crescente no setor agroalimentar, uma preocupação com a saúde, promovendo as reduções de consumo de sal, açúcar e gorduras. Preços competitivos, a continuação do reinado das promoções, a progressiva importância das lojas de proximidade e uma atenção reforçada às questões de ambiente e sustentabilidade, de que é exemplo a tentativa generalizada de redução de consumo de plástico, são as outras tendências que vão marcar o futuro da distribuição em Portugal.

O Pingo Doce, marca de referência do Grupo Jerónimo Martins, fechou 2018 com mais de 420 lojas e uma faturação de 3,8 mil milhões de euros, uma subida de 4,6%.

“Em 2019, o Pingo Doce continuará a apostar nas suas áreas estratégicas e nos pilares de diferenciação da insígnia”, assegurou uma fonte oficial da cadeia de distribuição do Grupo Jerónimo Martins ao Jornal Económico. Entre esses pilares, estão o que os responsáveis do Pingo Doce qualificam como ‘meal solutions’. “O Pingo Doce é a única insígnia do mercado que tem produção própria de comida (sopas, pratos e sobremesas), conseguindo adaptar-se às constantes mudanças nos hábitos alimentares dos consumidores. Apostamos na produção própria com métodos tradicionais de confeção com uma equipa de cozinheiros formados que diariamente confecionam tudo o que vai para as nossas lojas”, adianta a fonte do Pingo Doce.

“Temos neste momento três cozinhas centrais e proximamente iremos inaugurar uma nova, localizada em Aveiro, e que irá abastecer toda a zona norte do país. Esta é uma área de negócio com forte crescimento e que apresentou os seguintes resultados em 2018: cinco milhões de refeições vendidas, 10 mil toneladas de comida produzida nas cozinhas centrais, aumento de 42% nas encomendas de Natal e Ano Novo”, revela a fonte da Jerónimo Martins.

O grupo reclama também ser o único no setor da distribuição em Portugal com negócio próprio agroalimentar, com investimento efetuado, em curso e projetado em unidades de produção de lacticínios, carne de bovino Angus, aquacultura (robalo, dourada, salmão e outros peixes). Outras tónicas de atuação futura do Pingo Doce são os frescos; as marcas próprias; as reduções de consumo de sal, gorduras e açúcar; os preços competitivos e diversos projetos de sustentabilidade ligados ao ambiente e à promoção da saúde pela alimentação.

“A qualidade e variedade dos nossos frescos são um cartão de visita importante para o Pingo Doce, sendo uma área estratégica. Temos projectos especiais e exclusivos, tirando vantagem da integração vertical: o Grupo Jerónimo Martins é a única empresa de retalho em Portugal com negócio próprio agroalimentar.

O investimento do Grupo Jerónimo Martins nos lacticínios, na carne de bovino Angus e na produção em aquacultura de robalo e dourada, permite-nos ter produtos locais,  diferenciadores, de grande qualidade e frescura. Por exemplo, a produção própria de robalo em Sines permite que este peixe esteja nas nossas lojas em menos de 24 horas desde que sai do mar. Com máxima frescura e com um controlo e rigor desde o início do processo”, assegura a fonte oficial do Grupo Jerónimo Martins.

Quanto à marca própria do Pingo Doce, “foi em 2018, e pelo 2º ano consecutivo, considerado em estudos de mercado (GFK sobre percepção de marcas próprias em Portugal) como a melhor marca para os portugueses. É a marca favorita dos portugueses”, reclama a mesma fonte.

O mesmo responsável do Grupo Jerónimo Martins garante que “a marca própria Pingo Doce é diferenciadora pela proposta de valor assente na melhor relação qualidade-preço, que é transversal a todos os produtos que desenvolve e comercializa”.

“A par disso, distingue-se pelos rigorosos padrões de qualidade e pelo grande compromisso em promover uma alimentação saudável. Esta preocupação reflecte-se, por exemplo, na política de reformulações que a insígnia tem vindo a seguir com o objetivo de reduzir o teor de sal, gordura e açúcar de vários produtos de forma a melhorar o seu perfil nutricional, sem prejudicar o seu sabor”, adianta a mesma fonte.

Assim, só em 2015, foram reformulados 32 produtos, evitando a entrada no mercado de 42 toneladas de gordura, 24 toneladas de açúcar e 3,6 toneladas de sal, explica o mesmo responsável, realçando “que a uniformização dos processos, que assegura os elevados padrões de qualidade em todos os produtos de marca própria, é assegurada pela certificação do processo de desenvolvimento – alcançada em 2007 – em que o Pingo Doce foi pioneiro a nível mundial”.

Este responsável reivindica que o grupo reduziu 32 toneladas de sal, 20,2 toneladas de gordura e 116 toneladas de gordura saturada “nas receitas dos nossos produtos”.

As localizações de proximidade das lojas da rede são outra vertente estratégica de atuação do Pingo Doce. “Com 432 lojas, localizadas sobretudo dentro das cidades e localidades, temos uma capilaridade que nos permite estar em mais de 300 localidades em todo o país (Portugal Continental e Madeira) e recebemos diariamente cerca de 700 mil consumidores nas nossas lojas”, salienta a referida fonte, revelando “este ano prevemos abrir mais 10 lojas Pingo Doce”.

Sobre os modelos de gestão diferenciadores face à concorrência, no caso do Pingo Doce centram-se essencialmente em duas áreas de negócio: cozinhas centrais, uma vez que, como já foi referido, o Pingo Doce é a única insígnia do mercado que tem produção própria de comida; e no agro-alimentar, porque, como também já foi assinalado antes, “o Grupo Jerónimo Martins é a  única empresa em Portugal com negócio próprio agroalimentar, investindo em três áreas: lacticínios, aquacultura e produção de bovino”.

Desta forma, segundo a referida fonte, “as insígnias da distribuição alimentar do Grupo JM apresentam características distintivas assentes em soluções alimentares, preços competitivos, localização de proximidade, eficiência operacional, excelência nos frescos, marcas próprias de qualidade; e envolvimento com as comunidades locais”.

“Temos um sistema de logística completamente integrado nas áreas de ‘take away’ (comida confecionada nas nossas cozinhas) e agroalimentar, nomeadamente no leite, bovino e peixe (produzidos pelo Grupo JM). Também na marca própria temos um sistema verticalizado e integrado”, garante a mesma fonte.

A mesma fonte acrescenta que, “ao nível dos centros de logística, as aberturas dos centros de Algoz e, mais recentemente em Alfena (Set. 2017) são dois marcos importantes da estratégia global de redesenho e modernização da rede logística no território continental”.

“Cada um destes passos levou a uma redefinição das fronteiras de distribuição das regiões e das estratégias de abastecimento. Considerando a envergadura destes investimentos e o seu impacto nos modelos de trabalho, bem como a realidade muito dinâmica do negócio do retalho, o processo tem sofrido uma adaptação e ajuste contínuo, de forma a adaptar-se a esta dinâmica”, esclarece a fonte da Jerónimo Martins.

“Uma companhia que tem na sua diferenciação e ‘core business’ ‘frescos’ e ‘comida fresca’ tem de assegurar uma logística eficiente, focada e eficaz ara permitir entregar nas lojas e, por sua vez, ao cliente produtos frescos com a frequência e rapidez que o cliente precisa”, defende esta fonte.

Este responsável o Pingo Doce destaca ainda alguns projectos de sustentabilidade ligados ao Ambiente e à promoção da Saúde pela Alimentação, “pilares de responsabilidade social do Pingo Doce”, como o ‘Projecto Eco’: sistema inovador em Portugal de reenchimento de garrafas, quer foi lançado gradualmente em abril de 2018, e já está presente em 43 lojas. Prevê-se que ultrapasse as 100 lojas no final do 1º trimestre de 2019. Em oito meses, permitiu evitar cerca de quatro toneladas de embalagens de plástico descartável.

Por seu turno, o projecto ‘Ecodesign’: em curso desde 2011, faz com que o Pingo Doce tenha reduzido mais de 15 mil toneladas de materiais de embalagens dos seus produtos de marca própria. “No total, o projecto de ‘ecodesign’ de embalagens já abrangeu, entre 2011 e 2017, mais de 200 produtos, o que permitiu uma poupança anual superior a 2.000 toneladas de materiais de embalagem, sobretudo plásticos, cartão e vidro. Ao mesmo tempo, foi evitada a emissão de mais de 2.500 toneladas de CO2”, revela a mesma fonte.

Além disso, o novo saco de plástico, inovador para o transporte das compras, é feito pelo menos com 80% de plástico reciclado pós-consumo. “Com este lançamento, o Pingo Doce promove os princípios da economia circular”, observa a fonte do grupo Jerónimo Martins.

Por fim, destaque para a parceria entre o Pingo Doce e a CUF (José de Mello Saúde) para a criação de um programa de sensibilização, a nível nacional, denominado ‘Menos Sal Portugal’, “o qual tem a ambição de consciencializar os portugueses para a importância de melhorarem os seus hábitos alimentares em relação ao consumo de sal, um problema de saúde pública (os portugueses consomem o dobro do sal recomendado pela Organização Mundial da Saúde)” e no âmbito do qual “será desenvolvido um estudo científico inédito em Portugal”.

 

 

 

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