Em prisão preventiva desde março de 2019, Rui Pinto, o hacker que denunciou os casos Football Leaks e Luanda Leaks continua a merecer a atenção do panorama internacional. Na semana passada o seu advogado William Bourdon garantiu ao jornal “Público” ter na sua posse provas de que o seu cliente propôs entregar informação às autoridades portuguesas, mas que estes contactos ficaram sem resposta da Justiça portuguesa.
A forma como as autoridades portuguesas têm por isso lidado com este processo não passou despercebida ao jornalista e sociólogo italiano, Pippo Russo, que em declarações ao Jornal Económico, afirma que “há um tratamento bipolar e esquizofrénico por parte das autoridades portuguesas” para com o hacker português.
“Em qualquer país, Rui Pinto encontraria uma atitude muito diferente por parte das autoridades policiais e governamentais”, refere o sociólogo, que estabelece uma ligação de como em Portugal, o futebol e a política se relacionam. “Em países como Portugal, o futebol instrumentaliza a política e não o contrário. O futebol em Portugal é um lobby muito forte”, sublinha Pippo Russo.
Para o jornalista italiano, as preocupações em redor da informação que Rui Pinto tem vindo a divulgar, devem-se ao facto de o hacker ter tocado “nos interesses dos principais clubes de futebol em Portugal e no interesse de um ‘super agente’ português”. Sem nunca mencionar o nome de Jorge Mendes, o sociólogo realça que o empresário “é mais do que um agente de futebol”. “É um broker de poder, de política”.
Pippo Russo, destaca por isso o papel que o hacker português tem vindo a ter na sociedade portuguesa. “Rui Pinto é a representação do quanto em Portugal a política é algo de intocável”.
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