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Piquetes de greve ‘travam’ camiões-tanque vindos de Espanha para abastecer postos do sul

Há postos do Algarve e do Alentejo que já foram reabastecidos por camiões-tanque vindos das refinarias espanholas, mas os piquetes de greve dificultam estas operações, revelou ao Jornal Económico uma fonte do sector.
14 Agosto 2019, 13h24

As dificuldades de abastecimento de postos de combustível sentidas na zona sul do país, sobretudo no Algarve e em parte do Alentejo, levaram algumas redes de postos a recorrerem aos combustíveis fornecidos pelas refinarias espanholas mais próximas de Portugal, revelaram ao Jornal Económico fontes do sector, explicando, no entanto, que esta alternativa ao gasóleo e à gasolina fornecidas pela refinaria de Sines “não é fácil, nem simples, porque os piquetes de greve não facilitam a passagem aos camiões espanhóis e porque a rede logística espanhola também não tem tanta disponibilidade de produtos refinados que permita assegurar um abastecimento regular a Portugal”.

As faltas de combustíveis sentidas nos postos de abastecimento algarvios motivaram a decisão de testar o reabastecimento a estes postos com produtos refinados vindos de Espanha, mas “o acesso destes camiões às operações de transfega tem sido dificultado por parte dos piquetes de greve”, referiu uma fonte do sector. “A aproximação do feriado de 15 de agosto e dos três dias seguintes, que culminam no fim de semana em que muitas pessoas regressam das férias da primeira quinzena de agosto, torna-se complexo para a logística dos combustíveis porque as necessidades de abastecimento de cada veículo são maiores, atendendo a que as pessoas vão viajar muitos quilómetros, e que o número total de veículos que procuram os postos de abastecimento também é superior ao movimento diário habitual”, explica a fonte. “Se somarmos esta situação excecional à realidade de uma rede que já tem pouco combustível nos postos de abastecimento, entende-se que faça sentido proceder ao abastecimento complementar de refinados vindos de Espanha”, refere a mesma fonte.

Relativamente à situação dos postos de abastecimento do Algarve e alguns do Alentejo, “bastariam cerca de 20 camiões-tanque organizados para proceder ao reabastecimento dos postos em causa de forma a manter a normalidade dos consumos para que a população conseguisse abastecer os seus veículos sem ser confrontada com postos sem combustível”, refere. “O problema é que alguns camionistas vindos de Espanha já recusam cruzar a fronteira para não serem confrontados pelos piquetes de greve, porque o mercado do transporte de matérias perigosas é pequeno e eles conhecem-se todos pois asseguram o transporte de combustíveis em Portugal e Espanha”, remata a fonte.

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