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PJ confirma buscas na casa de Rui Rio por suspeitas de crimes na gestão do PSD

Em causa estarão suspeitas de crimes de peculato e abuso de poder devido à alegada utilização indevida de dinheiros públicos na anterior liderança do PSD. PJ fez 20 buscas que visaram também a casa do ex-presidente do partido, Rui Rio, e à sede nacional, dizem respeito à gestão do partido desde 2018, e decorrem de denúncias internas que dão conta que dinheiro do Parlamento terá sido usado para pagar a funcionários do partido
Manuel de Almeida/Lusa
12 Julho 2023, 12h30

A Polícia Judiciária (PJ) confirmou a realização de buscas e apreensões por crimes de peculato e abuso de poderes na anterior gestão do PSD, liderado por Rui Rio. Em causa está um alegado esquema para pagar ordenados a funcionários do partido com recurso a verbas da Assembleia da República que são destinados a cargos de assessoria dos grupos parlamentares.

“A Polícia Judiciária, em investigação conduzida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) e no âmbito de inquérito dirigido pelo DIAP Regional de Lisboa – 1.ª Secção, procedeu, hoje, à realização de 20 buscas, 14 delas domiciliárias, cinco a instalações de partido político e uma em instalações de Revisor Oficial de Contas, na zona da Grande Lisboa e na zona norte do país”, avança a PJ em comunicado.

Segundo a PJ, está em causa “a investigação à utilização de fundos de natureza pública, em contexto político-partidário, existindo suspeitas da eventual prática de crimes de peculato e abuso de poderes (crimes da responsabilidade de titulares de cargos políticos), a factos cujo início relevante da atuação se reporta a 2018”.

A Polícia Judiciária realizou esta quarta-feira, 12 de julho, buscas na casa do ex-líder do PSD, Rui Rio, que se estenderam à sede nacional do partido, na Lapa, e na distrital do Porto. E também alguns funcionários do partido como Hugo Carneiro, deputado social-democrata, uma vez que foi responsável pelas contas do partido durante a liderança de Rui Rio. Outro dos alvos foi Florbela Guedes, ex-assessora de Rui Rio na Câmara do Porto e também quando este assumiu as funções de líder do PSD.

Na mira da PJ está um esquema de pagamento de ordenados a funcionários do partido com recurso a verbas atribuídas pela Assembleia da República – verbas essas que eram destinadas a cargos de assessoria dos grupos parlamentares.

A investigação, que decorre em articulação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, sustenta suspeitas de que esses funcionários não prestariam assessoria mas que prestavam sim serviços internos ao partido, em particular com apoio à juventude social-democrata.

A operação hoje realizada pela UNCC foi acompanhada por seis magistrados do Ministério Público, um Juiz de Instrução Criminal e contou com a colaboração do DIC de Setúbal, da ULIC de Évora, da UPFC e UPTI da Polícia Judiciária, tendo participado nas buscas cerca de 100 inspetores e diversos peritos informáticos e financeiros.

A PJ avança que “a investigação prosseguirá com o exame integral aos elementos probatórios alcançados, visando o cabal esclarecimento dos factos que integram o objeto do inquérito”.

 

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