De acordo com dados da matriz de risco do Governo e o boletim epidemiológico da Direção-Geral de Saúde, Portugal não vai avançar no processo de desconfinamento como estava previsto. A confirmação foi dada esta quinta-feira pela ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, durante o briefing do Conselho de Ministros.
“Não existem condições para prosseguir plano de desconfinamento previsto”, afirmou a ministra Mariana Vieira da Silva.”Se ao longo do processo foi sempre possível permanecer na zona verde ou amarela da matriz, neste momento o país está no vermelho”. disse. “Portugal encontra-se claramente na zona vermelha da matriz”, afirmou.
De acordo com a responsável, o país tem vindo a registar um crescimento de casos 34%, internamentos de 30% e internados em unidades de cuidados intensivos de 26%. Com a incidência em 129,6 por 100 mil habitantes no continente e o em risco de transmissão em 1,18, Mariana Vieira da Silva admite que o país está perante uma “situação complexa” e que exige “atenção de todos”.
Enquanto que Águeda e Sertã recuperam no ritmo de desconfinamento, Albufeira, Sesimbra e Lisboa recuam no desconfinamento. A decisão foi tomada uma vez que estes concelhos registam, uma vez mais, mais de 240 casos por 100 mil habitantes.
Neste cenário — que se assemelha ao de Sesimbra, tal como anunciado na semana passada — os restaurantes, cafés e pastelarias passam a encerrar às 15h30 ao fim de semana e feriados, com um máximo de quatro pessoas por mesa no interior e seis em esplanada. Eventos como casamentos e baptizados passam a ter 25% da lotação (em vez de 50% como agora). O comércio a retalho alimentar funciona até às 21h durante a semana, mas passa a fechar às 19h ao fim de semana e feriados, e o comércio a retalho não alimentar encerra às 15h30 ao fim de semana e feriados.
Com a variante Delta (indiana) dominante já na região de Lisboa, representando já mais de 70% dos novos casos, e com uma percentagem ainda mais elevada no concelho de Lisboa, o Governo decidiu também manter as restrições de circulação para fora e para dentro da Área Metropolitana de Lisboa (AML). No entanto, há regras que mudam: quem quiser entrar e sair da AML, aos fins de semana, pode fazê-lo com um teste PCR negativo à Covid-19 ou o certificado de vacinação.
A ministra da Presidência anunciou ainda que há 19 concelhos em situação de alerta: Alenquer, Avis, Castelo de Vide, Castro Daire, Chamusca, Constância, Faro, Lagoa, Mira, Olhão, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Silves, Sousel e Torres Vedras.
E ainda 25 concelhos com níveis de risco elevado, são eles Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Barreiro, Braga, Cascais, Grândola, Lagos, Loulé, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odemira, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço e Vila Franca de Xira.
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