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Pobreza entre trabalhadores com contrato temporário é mais do dobro da registada entre os trabalhadores com vínculo permanente

O estudo “Portugal, Balanço Social 2024″, da A Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE, indicou que em 2024, “a taxa de pobreza entre trabalhadores com contrato temporário (18,2%) é mais do dobro da registada entre os trabalhadores com vínculo permanente”.
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6 Junho 2025, 13h14

A taxa de pobreza entre trabalhadores com contrato temporário é mais do dobro da registada entre os trabalhadores com vínculo permanente, revelou o estudo “Portugal, Balanço Social 2024″, da A Fundação “la Caixa”, o BPI e a Nova SBE.

O relatório analisa os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento de 2023 e 2024, recolhidos pelo Instituto Nacional de Estatística, do Inquérito Social Europeu de 2024, da Segurança Social e do Instituto de Emprego e Formação Profissional de 2024.

Segundo o estudo, em 2024, “a taxa de pobreza entre trabalhadores com contrato temporário (18,2%) é mais do dobro da registada entre os trabalhadores com vínculo permanente. A proporção de pessoas em situação de pobreza entre trabalhadores e reformados é de 9,2% e 19,6%, respetivamente”. “Os contratos temporários concentram-se sobretudo nos que trabalham menos de 35 horas (37,7%), estrangeiros não europeus (36,7%), com baixos salários (19,5%) e escolaridade até ao ensino secundário (17,6%)”.

Além disso, “os desempregados continuam a ser o grupo mais afetado pela pobreza (44,3%), uma subida significativa face aos 34,6% registados em 2008″.

No que diz respeito à educação, “em 2024, a pobreza afeta de forma mais acentuada as pessoas com menor nível de escolaridade: a taxa de risco de pobreza é de 23,5% entre quem completou apenas o ensino básico e de 6,5% entre diplomados do ensino superior”.

“Apesar dos progressos desde 2008, Portugal continua a ter uma população adulta pouco qualificada, sobretudo entre os mais pobres (em 2023, apenas 11,1% tinha concluído o ensino superior); na população não pobre, observa-se o triplo da prevalência de diplomados do ensino superior (33,2%)”, indicou o estudo.

Por género, “os homens trabalham, em média, mais 3 horas que mulheres” e “entre os expostos a condições perigosas, a maioria são homens (56,5%), jovens (15–29 anos, 24,9%) e pessoas com escolaridade até ao ensino básico (63%)”.

Quanto ao trabalho remoto, este “é mais comum entre quem trabalha mais de 35 horas (24,9%), europeus não portugueses (37,9%), trabalhadores com maior salário/hora (47,9%), ensino superior (47,4%) e jovens 25–34 anos (25,7%)”.

O estudo também concluiu que “em 2024, existiam cerca de 1,2 milhões de beneficiários de abono de família, mais de 225 mil beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), dos quais 31% tem menos de 18 anos, e 169 mil beneficiários de Prestação Social de Inclusão (PSI)”.

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