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Pode um bebé virtual aprender? Sim, o BabyX

Podia ser um bebé verdadeiro, mas BabyX não teria assim tanta piada (só fofura). Mark Sagar subiu ao palco do Gitex no Dubai para apresentar o seu projeto.
BabyX Mark Sagar
15 Outubro 2024, 15h44

Os seres humanos têm um cérebro físico onde vão aprendendo capacidades conforme a sua convivência social. Para os bebés, humanos em mini-formato e em aprendizagem, isso não é diferente. A novidade (e possivelmente choque) é que para isso também é possível para os bebés digitais, especialmente para o BabyX.

O criador do BabyX, Mark Sagar, está na Gitex Global, para falar de todo o seu projeto e das capacidades que este mini-avatar possui. O australiano projetou o BabyX para se assemelhar à sua filha de 18 meses, idade em que as crianças começam a ter capacidade de perceção, compreensão e a perceber como o mundo funciona.

No palco de Inteligência Artificial (IA) da Gitex Global, Mark Sagar explica que a sua determinação para a criação deste bebé digital passou por “imaginar como é ser essa personagem, quais os seus pensamentos e motivações”. Aos presentes na plateia, o australiano explicou que o uso da tecnologia lhe permitiu explorar os diferentes gestos que um humano faz com a face (interconectando cérebro e corpo) e os “sentimentos refletidos” pelas caras. “A cara é o reflexo do cérebro. Os movimentos feitos pela face é a reação interna do corpo humano”.

O empresário e entusiasta de tecnologia conseguiu criar uma “linguagem cerebral” para o BabyX conseguir comunicar e mostrar as suas expressões de agrado ou mesmo de desagrado. E como se simula um bebé? Mark Sagar explica que esta é uma “experiência multi-modal” que requer interação física com um ser humano, além de muita interação social.

“Aprendemos a explorar o mundo. Os bebés são seres bastante sociais e aprendem com base nessas experiências. Quisemos transformar essa verdade para o mundo digital e mostrar como funciona”.

O BabyX tem uma simulação interativa comparável à de um bebé que está na faixa dos 18 aos 24 meses, sendo animado autonomamente a partir de um sistema nervoso virtual, que atua em função das interações que tem. Um dos pontos mais curiosos, e que se verifica nos bebés humano, é que o BabyX reage também em função do tom de voz e expressões com quem interage; isto é, se o cuidador se mostra receoso, o BabyX não vai querer fazer e remete a sua recua para o medo.

E como é que este tem capacidade para aprender? Como os verdadeiros bebés: através de pequenas atividades, da sua curiosidade ‘natural’, da interação social, observação de comportamentos e brincadeiras.

“Quisemos construir um modelo com base na forma como ensinamos os bebés verdadeiros”, explicou Mark Sagar a partir do palco. No fundo, esta é a primeira investigação de psicologia que pode controlar a responsividade de um bebé, ainda que digital.

Sagar é conciso e assegura que o cérebro digital desta sua criação funciona tal e qual o dos humanos. “Partes do cérebro acendem conforme as suas atuações e compreensões. Reconhece as emoções dos humanos e consegue expressar emoções de forma direta”.

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