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Podem as bebidas açucaradas provocar cancro?

O estudo realizado por investigadores franceses concluiu que beber mais de 100 mililitros por dia de bebidas com açúcar aumenta o risco de desenvolver uma doença oncológica em 18%
11 Julho 2019, 10h46

As bebidas açucaradas, incluindo os sumos de fruta, podem aumentar o risco de cancro, segundo um estudo de cientistas franceses que foi publicado no ‘British Medical Journal’. Este mesmo estudo seguiu 100 mil indivíduos durante cinco anos, indica a BBC.

A equipa de cientistas da Universidade Sorbonne Paris Cité analisou os níveis de açúcar no sangue de cada indivíduo, ao longo do estudo, e revela agora que estes podem ser um dos culpados para o aparecimento de cancro. No entanto, apesar de já terem divulgado estas conclusões, admitem que a pesquisa está longe de terminar e querem apresentar mais provas concretas.

Mas o que conta como bebida açucarada? Estes estudiosos afirmam que estas se definem como bebidas que apresentam mais de 5% de açúcar no total da sua composição. Assim, incluem-se os sumos de fruta, mesmo que não tenham açúcar adicionado, refrigerantes, batidos, bebidas energéticas, chá e café que contenha açúcar.

O estudo concluiu que beber mais de 100 mililitros por dia aumenta o risco de desenvolver uma doença oncológica em 18%. Apesar de terem analisado as bebidas com zero calorias, estas foram das únicas que não apresentavam qualquer ligação com o aparecimento de tumores.

No estudo, por cada mil pessoas analisadas, surgiam 22 cancros. “No entanto, isto pressupõe que existe uma ligação causal genuína entre a ingestão de bebidas açucaradas e o desenvolvimento de cancro, mas ainda precisa de novas pesquisas”, afirmou Graham Wheeler, estudioso sénior do Centro de Pesquisa de Cancro do Reino Unido.

Do total de 2.193 cancros descobertos na pesquisa, 693 eram cancro da mama, 291 eram cancro da próstata e 166 eram cancros colorretais.

“Embora este estudo não ofereça uma resposta definitiva em relação ao açúcar e ao cancro, isto contribui para o quadro global da importância do atual esforço para reduzir nossa ingestão de açúcar”, sublinhou Amelia Lake, da Universidade de Teesside, acrescentando que “reduzir a quantidade de açúcar na nossa dieta é extremamente importante”.

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