A polícia israelita atacou fiéis muçulmanos e prendeu centenas deles numa operação antes do amanhecer desta quarta-feira no complexo da mesquita Al-Aqsa, ponto crítico de Jerusalém. A polícia alegou ter “prendido e retirado mais de 350 indivíduos que se barricaram violentamente” dentro da mesquita na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, um dos lugares mais sagrados para o Islão.
Outras fontes afirmam que o número de presos será próximo dos 500. O que de qualquer modo se passa é que os confrontos entre os palestinianos e as forças de segurança de Israel não param de aumentar desde que o novo governo de Benjamin Netanyahu tomou posse.
O incidente, que se verifica durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão e na véspera da Páscoa judaica, ocorre numa altura em que as tensões acumuladas durante meses de escalada da violência podem desencadear violência de grandes proporções.
A polícia israelita afirmou em comunicado que as suas unidades de segurança foram forçadas a entrar no complexo depois de o que chamou de agitadores mascarados se terem trancado dentro da mesquita, ‘armados’ com fogo de artifício, paus e pedras.
“Quando a polícia entrou, foram atiradas pedras contra as forças da ordem e fogo de artifício foi disparado de dentro da mesquita por um grande grupo de agitadores”, dizia o comunicado, acrescentando que um policial foi ferido numa perna.
Milhares de fiéis do Islão passaram a noite no complexo da mesquita, temendo possíveis confrontos com visitantes judeus do local, que também reverenciam como lugar sagrado -a que chamam o Monte do Templo e que seria o local de dois antigos templos do judaísmo.
O incidente provocou uma forte reação dos países árabes. A Jordânia e o Egipto, ambos envolvidos em recentes esforços apoiados pelos Estados Unidos para reduzir as tensões entre Israel e os palestinianos, emitiram declarações separadas condenando veementemente o incidente, enquanto a Arábia Saudita, com quem Israel espera normalizar os laços, disse que o ataque de Israel à mesquita de Al -Aqsa minou os esforços de paz.
A liderança palestiniana também condenou os ataques de Israel aos fiéis, que descreveram como um crime. “Advertimos a ocupação contra cruzar linhas vermelhas em locais sagrados, o que levará a uma grande explosão”, disse Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestiniano Mahmoud Abbas, citado pelos jornais de Israel.
No ano passado, as forças israelitas fizeram milhares de prisões na Cisjordânia e mataram mais de 250 palestinianos.
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