O Instituto Politécnico de Setúbal e a consultora global de negócio e tecnologia, NTT DATA criaram uma pós-graduação em Gestão e Visualização de Dados na Cloud, com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, revela Pedro Fonseca, head of University Relations and Digital Upskill da NTT DATA Portugal ao Jornal Económico. O curso em modelo híbrido, arranca este janeiro, decorrendo as inscrições até ao próximo dia 17.
Pedro Fonseca explica ao JE que as tecnologias cloud representam o futuro da computação e da atividade das organizações e que a escassez de talento disponível obriga a formar e sensibilizar cada vez mais profissionais para a área. Embora o curso não esteja diretamente relacionado com as necessidades de contratação da empresa, a NTT DATA poderá vir a integrar alguns dos estudantes da pós-graduação, adianta.
As parceiras apostam também na promoção da igualdade de género e querem atrair mais mulheres para as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), tendo disponíveis 10 bolsas de estudo para mulheres que queiram aprofundar conhecimentos na cloud.
O responsável da NTT DATA destaca ainda a importância do envolvimento com a academia, em concreto com o Politécnico de Setúbal, salientando que a parceria pode compreender iniciativas de apoio à investigação, transferência de tecnologia, reconhecimento de desempenho, formação e recrutamento.
De acordo com análises recentes, apenas uma pequena parte das organizações portuguesas utilizam tecnologias cloud, apesar dos objetivos da Década Digital da UE apontarem para que, até 2030, 75% das empresas da região o façam. De resto, um estudo recente da NTT DATA, mais focado em entidades financeiras, constatou que as entidades portuguesas estão abaixo da média europeia na adoção desta tecnologia, o que demonstra que há ainda caminho a percorrer para alinhar o país com os padrões europeus, até porque a adoção da cloud é fundamental para manter a competitividade das organizações, em matéria de flexibilidade, segurança, eficiência e sustentabilidade.
Como se melhora este panorama?
Uma das soluções para inverter este cenário, para além do investimento, é ter mais pessoas, mais profissionais com conhecimentos sobre a matéria, para conseguirem perceber as mais-valias e contribuírem, na medida das suas possibilidades, para a modernização das organizações. Por outro lado, também é uma responsabilidade de empresas como a NTT DATA alertar para esta situação, contribuir para a transformação das organizações, assim como para o desenvolvimento do talento digital, em diferentes níveis, do mais básico ao mais avançado. Algo que passa por iniciativas próprias, que também fazemos, mas também pela associação a entidades públicas, privadas e de natureza social.
Esta parceria visa responder às necessidades de contratação da NTT DATA?
A parceria que estabelecemos com o Instituto Politécnico de Setúbal, para a realização da Pós-Graduação em Gestão e Visualização de Dados na Cloud está relacionada com o contributo social que pretendemos dar à sociedade, enquanto consultora de negócio e tecnologia. No fundo, queremos contribuir para o reforço de competências digitais, em diferentes níveis. Por um lado, os recém-graduados, licenciados e mestres, que queremos capacitar ou a quem queremos reforçar competências em termos de utilização de tecnologias Cloud. Por outro, temos profissionais já estabelecidos, mas sem conhecimentos nesta área, junto dos quais esta pós-graduação representa uma oportunidade em termos de evolução de conhecimentos, numa perspectiva upskill em termos de competências. A todos queremos dar ferramentas para que possam ajudar as organizações em que trabalham ou venham a trabalhar a modernizar-se, através da cloud.
Além disso, pretendemos com esta iniciativa promover a igualdade de género nas TIC, incentivando mais mulheres a integrar esta indústria, razão pela qual a pós-graduação vai atribuir até 10 bolsas a estudantes mulheres que queiram desenvolver capacidades nesta área.
Dito isto, a pós-graduação não está diretamente relacionada com as necessidades de contratação da companhia, mas a NTT DATA poderá vir a integrar alguns dos estudantes da pós-graduação, como acontece noutras iniciativas que desenvolve, assim haja uma vontade partilhada de todas as partes.
Quantos empregos cria, em média, por ano, a NTT DATA nesta área no país?
A área das tecnologias de informação é muito dinâmica e está em permanente crescimento, o que resulta em necessidades de contratação constantes, o que, na NTT DATA significa médias de contratação anuais na casa das centenas de colaboradores, a totalidade das quais diretamente relacionadas com tecnologias baseadas na cloud.
De quem partiu a iniciativa da parceria?
A NTT DATA mantém uma relação muito próxima com a academia, o que se traduz em protocolos e parcerias com múltiplas universidades e politécnicos, com vista a acelerar o desenvolvimento do talento e da investigação, mas também a premiar a excelência do desempenho e a aproximar os jovens universitários do mercado de trabalho. Neste contexto, já existia alguma proximidade com o Politécnico de Setúbal e, em conjunto, constatámos que existia uma lacuna no mercado, em matéria de competências cloud, que poderia ser colmatada por uma iniciativa conjunta e foi assim que surgiu a ideia de desenvolvermos esta pós-graduação.
Quem faz o quê nesta parceria?
A iniciativa é financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, por iniciativa do Politécnico de Setúbal, ficando a NTT DATA responsável pelo desenho dos módulos e dos temas curriculares, bem como pela condução prática das cadeiras. Para além de cumprir os propósitos que mencionei acima – desenvolvimento de competências na cloud, reconversão de carreiras e promoção da igualdade de género nas TIC – esta formação é uma porta de entrada para todos aqueles que, depois de completarem a pós-graduação, queiram aprofundar os seus conhecimentos através do portfólio de mestrados do Politécnico de Setúbal.
A parceria abrange somente este curso ou prevê outras realizações futuras?
A parceria que temos com o Politécnico de Setúbal é muito abrangente e pode compreender iniciativas de apoio à investigação, transferência de tecnologia, reconhecimento de desempenho, formação e recrutamento, mas diria que a iniciativa bandeira é precisamente a pós-graduação em Gestão e Visualização de Dados na Cloud, cujas candidaturas decorrem até 17 de janeiro.
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