O Instituto Politécnico de Leiria anunciou esta segunda-feira, 21 de abril, ter entregue no Ministério da Educação, Ciência e Inovação o pedido para a transformação em Universidade de Leiria e Oeste, segundo a proposta aprovada pelo Conselho Geral da instituição.
A proposta “fundamenta-se numa trajetória de mais de quatro décadas dedicadas à excelência académica, à investigação aplicada e ao impacto socioeconómico”, explica Carlos Rabadão, presidente da instituição, assegurando que o IPLeiria “supera os requisitos legais para se constituir como Universidade, posicionando-se como uma instituição de ensino superior plenamente capacitada para assumir este estatuto”.
Para Carlos Rabadão, a transformação do Politécnico de Leiria em Universidade de Leiria e Oeste “não apenas cumpre a lei, como responde a uma necessidade estratégica nacional: criar uma universidade pública de excelência, que se projeta a partir do território que ocupa para todo o país e alinhada com as prioridades da Europa”.
Os requisitos das universidades encontram-se definidos no Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior, segundo o qual a criação de uma universidade exige o cumprimento de requisitos mínimos em cinco dimensões críticas – oferta formativa, corpo docente, infraestruturas, atividades de ensino e investigação e participação em unidades de I&D -, observando-se que o IPLeiria “não só satisfaz integralmente estes critérios, como os ultrapassa em múltiplos indicadores”, realça o presidente.
Carlos Rabadão destaca os resultados da avaliação das 15 Unidades de Investigação & Desenvolvimento (I&D) associadas ao Instituto Politécnico de Leiria, divulgados no passado dia 15 de abril, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, em que oito alcançaram a classificação ‘Excelente’ e cinco a classificação ‘Muito Bom’, tendo duas obtido a avaliação de ‘Bom’.
“Estes resultados vieram confirmar que o Politécnico de Leiria já opera no domínio universitário e legitimam a nossa aspiração em nos transformarmos em Universidade. Além de reforçar o nosso compromisso com a criação e partilha de conhecimento, e de incrementar a apresentação de novos projetos ao nível da investigação, estas avaliações abrem novas oportunidades para alargarmos a oferta formativa de programas doutorais”, afirma.
Cada uma das cinco Escolas do Politécnico de Leiria tem agora, pelo menos, uma unidade de investigação associada com classificação de ‘Excelente’ e/ou ‘Muito Bom’, o que significa que todas cumprem os requisitos exigidos para outorgar o grau de doutor.
No que respeita à oferta formativa, o IPLeiria oferece atualmente 46 licenciaturas, 58 mestrados e quatro programas doutorais, cumprindo ainda os requisitos para a atribuição dos graus de licenciado, mestre e doutor no subsistema universitário.
Quanto ao corpo docente, a 31 de dezembro de 2024, o IPLeiria contava com 531 docentes com o grau de doutor e 30 investigadores, correspondendo a um doutor por 23,9 estudantes e 85,7% de docentes e investigadores com grau de doutor em tempo integral, ultrapassando a exigência legal e garantindo massa crítica para a realização de investigação avançada.
No que toca a infraestruturas, a instituição dispõe de cinco campi modernos, com mais de 130 laboratórios especializados, quatro bibliotecas que disponibilizam o acesso a mais de 200.000 documentos, incluindo livros, artigos e recursos digitais, residências com capacidade para cerca de 1.300 estudantes e infraestruturas sustentáveis.
Quanto a atividades de ensino e investigação, o IPLeiria cumpre igualmente e expande a missão universitária definida no regime jurídico das instituições de ensino superior, apresentando investigação orientada para desafios societais, como são exemplo os 66 projetos de I&D em execução em 2024, dos quais 21 internacionais. Ao nível da transferência de conhecimento, destaca-se a concessão de 26 patentes entre 2022 e 2024 e a forte ligação com as empresas regionais.
Já no que toca à internacionalização, em 2024, a instituição contava com 1.487 estudantes de nacionalidade não portuguesa matriculados, destacando-se ainda os doutoramentos orientados em parceria com universidades estrangeiras e a integração na universidade europeia RUN-EU.
A proposta fundamenta-se na combinação de fatores internos e externos: internamente, visa expandir e diversificar a oferta formativa, alinhada com os desafios globais e as prioridades europeias, fortalecer a comunidade interna e reforçar o contributo para avanços na ciência e na tecnologia através da investigação, da inovação e transferência de conhecimento; externamente, objetiva aumentar a competitividade e acrescentar valor ao país, alicerçada pelo peso económico e populacional do território de Leiria e Oeste, e pelos impactos gerados no desenvolvimento socioeconómico através da atração e retenção de talento.
A transformação do IPLeiria em Universidade compreenderá mudanças na natureza das unidades orgânicas e de investigação, em função da missão que se pretende para a nova instituição. No que respeita à designação proposta – Universidade de Leiria e Oeste -, reflete a abrangência geográfica da instituição, que se encontra implantada em sete localizações, desde Pombal até Torres Vedras, e incorpora o desígnio de contribuir para a coesão territorial
“Torna-se evidente que a transformação do IPLeiria em Universidade representa um passo estratégico no desenvolvimento institucional, que considero fulcral para alavancar o papel do IPLeiria como agente de inovação e motor de desenvolvimento sustentável e instrumento de coesão territorial. Esta transformação constitui uma evolução disruptiva no domínio institucional, com fortes impactos positivos no desenvolvimento socioeconómico e na competitividade do território e do país”, conclui o presidente Carlos Rabadão.
Durante o processo de preparação da proposta foram ouvidos os diversos stakeholders, nomeadamente os órgãos colegiais das Escolas e do IPLeiria, em que se encontram representados os docentes, estudantes e pessoal técnico e administrativo, tendo igualmente sido auscultados municípios e associações comerciais e industriais da região, diretamente e no âmbito dos trabalhos desenvolvidos pela Estrutura de Missão para o Desenvolvimento do Ecossistema Leiria e Oeste (EM@IPLeiria), que contou com o envolvimento de 24 municípios e das respetivas comunidades intermunicipais, bem como de variadas organizações destes territórios.
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