O prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, está à frente nas sondagens para a segunda volta das presidenciais, que se realizam este domingo, 2 de junho. Se vencer, tornará a vida do primeiro-ministro Donald Tusk muito mais fácil. No entanto, os extremistas do PiS ainda têm esperança. Trzaskowski, do partido Plataforma Cívica, de Tusk, obteve 31,36% dos votos, enquanto Karol Nawrocki, diretor do Instituto da Memória Nacional e apoiado pelo partido extremista de direita Lei e Justiça (PiS), obteve 29,54%. Todas as sondagens referentes à segunda volta apontam para uma vantagem de Rafał Trzaskowski, mas a pequena margem com que venceu a primeira volta é mais do que suficiente para manter os moderados em estado de alerta.
Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro-ministro, subiu nos rankings da União Europeia num contexto em que o bloco suspeita que, na eventualidade de o regime russo ter ambições expansionistas, a Polónia esteja na linha da frente da guerra. Foi por isso que o polaco foi convidado recentemente para acompanhar o alemão Friedrich Merz, o francês Emmanuel Macron e o britânico Keir Starmer em uma visita a Kiev.
Tusk lidera o país da NATO que mais gasta em defesa, tem o maior exército da Europa (exceto a Turquia) e um dos países da Europa com os melhores índices de crescimento económico. Além disso, ‘reconciliou’ a Polónia com a União Europeia, após a passagem do PiS pelo governo e as constantes ‘pegas’ com a Comissão. De qualquer modo, os analistas afirmam que seu brilho na política externa foi minado por seu desempenho lento dentro das fronteiras: a agenda de reformas internas foi bloqueada (na medida do possível) pelo atual presidente Andrzej Duda, aliado do PiS. Uma vitória de Trzaskowski pode mudar esse cenário, já que a legislação proposta pelo novo governo poderia impulsionar as reformas.
Nawrocki, por sua vez, vem se aproximando cada vez mais nas sondagens – o que pode ter sido ajudado por uma visita à Casa Branca a 2 de maio. O presidente norte-americano, Donald Trump, teria dito a ele que “você vai vencer” – é essa, pelo menos, a narrativa que o candidato deixou correr.
O problema para os moderados é que Rafał Trzaskowski chegou a ter, três meses antes da primeira volta das presidenciais, uma confortável vantagem de mais de 10 pontos (35% contra 24%), que acabou por ‘esboroar-se’ até à pequena margem dos resultados finais. Tusk e companhia não consideram a vitória como certa e a tensão manter-se-á até ao final deste domingo, quando as urnas fecharem e surgirem os primeiros resultados. Uma das últimas sondagens conhecidas prevê uma vitória muito estreita para Trzaskowski (50,6%), contra o seu rival Nawrocki (49,4%).
Outro problema que a Polónia enfrenta, caso o candidato do PiS ganhe, é a possível convocação de eleições parlamentares antecipadas, o que seria um duro golpe para Donald Tusk e seus planos reformistas – mas também, possivelmente, para o excelente momento pelo qual a economia está a passar.
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