A popularidade de Joe Biden atingiu o seu valor mais baixo desde a sua tomada de posse em janeiro, impulsionada pela retirada das forças militares norte-americanas do Afeganistão que resultou na tomada de poder dos talibãs, em Cabul, no passado domingo. Assim, de acordo com um inquérito conduzido pelo instituto Ipsos para a agência “Reuters”, divulgado esta esta quarta-feira, a taxa de popularidade do presidente norte-americano caiu sete pontos percentuais, apesar de a maioria dos eleitores concordar com a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão.
O inquérito realizado na passada segunda-feira — dia em que circulavam imagens de afegãos em desespero no aeroporto de Cabul numa tentativa de abandonar o país— com 947 respostas validadas (403 de eleitores democratas e 350 de republicanos), revela que 46% dos americanos aprovam o desempenho de Joe Biden, o valor mais baixo registado até ao momento.
Além de ser o valor mais baixo até ao momento, apresenta ainda um decréscimo ligeiro desde a passada sexta-feira, 13 de agosto, altura em que um inquérito semelhante da Ipsos/Reuters sugeria que 53% norte-americanos eleitores aprovavam o desempenho de Joe Biden enquanto presidente dos Estados Unidos.
Outra sondagem conduzida pela Ipsos, também realizada na segunda-feira, descobriu que menos da metade dos norte-americanos aprovaram a maneira como Biden liderou os esforços militares e diplomáticos dos EUA no Afeganistão este ano. O presidente, que no mês passado elogiou as forças afegãs por serem “tão bem equipadas como qualquer outra no mundo”, foi classificado pior do que os outros três presidentes que presidiram a guerra mais longa dos Estados Unidos. Já 44% dos entrevistados dizem que Biden fez um “bom trabalho” no Afeganistão e 61% querem que os Estados Unidos concluam a retirada das tropas dentro do prazo previsto.
O regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão acontece depois de ter sido iniciada a retirada das tropas norte-americanas, que deverá estar concluída no próximo dia 31 de agosto. Apesar de o processo de retirada ter sido aprovado por Donald Trump, Joe Biden não procurou reverter o processo e veio defender que “os Estados Unidos não podem participar e morrer numa guerra que nem o próprio Afeganistão está disposto a lutar”.
No entanto, os americanos pareciam em grande parte inseguros sobre o que pensar da guerra, com a maioria a expressar visões um tanto contraditórias sobre o que os militares dos EUA deveriam ter feito. Por exemplo, a maioria dos jovens de 18 a 65 anos que participaram da pesquisa da Ipsos (68%) concordou que a guerra “iria terminar mal, independentemente de quando os Estados Unidos saíssem” e 61% querem que os Estados Unidos Estados concluam a retirada das tropas dentro do prazo.
No entanto, uma maioria menor – 51% – também concordou que “teria valido a pena para os Estados Unidos deixar as tropas no Afeganistão mais um ano”, e 50% concorda em enviar tropas de volta ao país para lutar contra os talibãs.
Em muitos casos, os republicanos e os democratas pareciam partilhar a mesma visão sobre guerra: seis em cada 10 republicanos e sete em cada dez democratas concordaram, por exemplo, que a rápida tomada de posse do governo afegão pelo grupo extremista “é uma evidência de por que os EUA deviam sair do conflito.”
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