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Porque é que as contas da Região entraram em derrapagem?

Mais despesa: aos mais de 800 nomeados políticos, o vice-presidente do Governo, Pedro Calado, juntou esta semana ao rol dos ‘jobs for the boys’ mais uma dezena de nomeados para os seus gabinetes da vice-presidência, numa clara e inequívoca intenção de controlo das inúmeras fações do PSD.
14 Novembro 2017, 07h18

A dívida global da Região Autónoma da Madeira, no final de junho de 2017, aumentou 30 milhões, em comparação com o final de 2016. Até ao final do ano de 2017, a tendência será para aumentar.

Em comparação com os períodos homólogos de agosto de 2016 e 2017, a receita da Região desceu 99 milhões e a despesa aumentou 73 milhões, no total. O diferencial cifra-se em 172 milhões de euros.

Na refutação, o Governo Regional PSD alega que a perda de receita, num total de 80 milhões, se deve à saída, em janeiro deste ano, de duas empresas do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM). Permanece por esclarecer a situação de autoliquidação de IRC das empresas sediadas no CINM. Uma explicação pouco clara, perante um executivo reformulado, que se prepara para abandonar o programa social, em detrimento do investimento em betão, numa clara retoma da política jardinista.

O previsível aumento da despesa da Região não deixa de preocupar o JPP, pois contrariamente à tão apregoada redução de despesa prometida pelo PSD temos uma situação de desequilíbrio ou de derrapagem das contas, para a qual contribui, de forma significativa, o pagamento de juros e SWAPS.

Relembrando-se o pagamento de juros garantidos por avales do Governo Regional, por exemplo, à Madeira Parques para fazer face à irresponsabilidade da empresa que gere os parques empresariais da Região Autónoma da Madeira.

Mais despesa: aos mais de 800 nomeados políticos, o vice-presidente do Governo, Pedro Calado, juntou esta semana ao rol dos ‘jobs for the boys’ mais uma dezena de nomeados para os seus gabinetes da vice-presidência, numa clara e inequívoca intenção de controlo das inúmeras fações do PSD. O Povo e os contribuintes pagam a fatura.

A tendência de setembro vai, também, ao encontro de agosto. Os elementos do último Boletim Trimestral apontam para a continuação da derrapagem. A preocupação é alarmante se compararmos os valores orçamentados. Em sede de IRC é quase impossível cobrar, nos próximos três meses, 107 milhões de euros. Ao nível do IRS a meta são 213 milhões. Em suma, teríamos de cobrar no último trimestre 192 milhões em impostos para ter uma execução, pelo menos, próxima dos 100%, conforme o orçamentado.

Por que razão as contas públicas derraparam?
Por que razão se terá demitido o anterior secretário regional das Finanças e da Administração Pública?

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