[weglot_switcher]

Porto de Sines é o “melhor posicionado” para receber gás dos EUA, diz a ministra do Mar

Ana Paula Vitorino afirmou que o porto de Sines quer ser um ‘hub’ para receber gás natural liquefeito (LNG) dos Estados Unidos. O primeiro-ministro acrescentou que numa altura em que “nem tudo corre bem” na relação dos norte-americanos com a Europa, Portugal pode ter uma oportunidade para anunciar boas notícias na cooperação com os EUA.
Cristina Bernardo
4 Junho 2018, 14h04

O porto de águas profundas de Sines dispõe de uma enorma vantagem competitiva – a localização central por onde passam as principais rotas de navegação marítima globais – que oferece a essa infraestrutura as melhores condições para servir de porta de entrada do gás natural liquefeito (LNG) dos Estados Unidos para a Europa, afirmou a ministra do Mar.

“À medida que o mercado do LNG cresce e acelera a evolução das tecnologias de transporte, contribuindo para o aumento da flexibilidade, da segurança e e da eficiências, cada mais atenção está a ser dada a esse mercado global”, referiu Ana Paula Vitorino, na conferência ‘Os EUA e Portugal, uma parceria para a prosperidade’, organizada esta segunda-feira pela embaixada norte-americana em Lisboa e pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

A ministra sublinhou que Portugal está localizado no “meio das principais rotas, core e não-core, de navegação no mundo, o que significa que o porto de Sines é o melhor posicionado para o LNG produzido nos EUA e que tem como destino a União Europeia.

“Isto é um sinal forte que o nosso posicionamento geoestratégico marítimo e as nossa infraestruturas portuárias abrem possibilidades estrondosas para Portugal se tornar num hub vibrante e ponto de serviço para navios que vão tranportar LNG no futuro”, acrescentou.

Costa: Portugal pode ter papel central

O primeiro-ministro, António Costa, referiu na mesma conferência que a energia é uma das áreas de cooperação estratégica entre os EUA e Portugal. Recordou que já existe uma cooperação muito ativa, através da EDP, nas energias renováveis nos EUA.

Adiantou, no entanto, que “há uma área absolutamente estratégica não só para Portugal como para o conjunto da UE, e onde a articulação com os EUA é fundamental e onde Portugal pode desempenhar um papel central e que tem a ver com o reforço da autonomia e da segurança energética da Europa”.

António Costa frisou que o porto de Sines é o que está mais próximo do cruzamento das três mais importantes rotas marítimas do mundo – a rota do Cabo, a rota do Mediterrâneo e as rotas transatlânticas.

“É um porto que tem condições excepcionais para receber, seja para trans-shipping ou outras formas de distribuição, o gás natural liquefeito dos Estados Unidos”, adiantou, recordando que em 2016, o porto de Sines foi o primeiro a receber um navio com LNG proveniente dos EUA.

“Mas para além do porto, toda aquela região tem condições geológicas excepcionais para poder armazenar uma grande capacidade de gás natural líquida para posterior distribuição na UE”, realçou. “A Europa, que é altamente dependente de energia e que tem neste momento o fornecimento assegurado seja por via da Argélia ou da Rússia, gostaria seguramente de ter uma terceira porta de entrada segura, como aquela que os Estados Unidos e Portugal podem assegurar e que é do interesse estratégico de ambos países e também do conjunto da UE.”

Numa referência às divergências entre a UE e os EUA sobre o comércio internacional, após a imposição de tarifas à importação de aço e alumínio pela administração de Donald Trump, o primeiro ministro referiu que “neste momento, quando nem tudo corre da melhor forma entre uns e outros, é também importante que a nossa longa amizade seja animada por boas notícias de cooperação, no estreitamento de relações e esta seguramente é uma grande oportunidade para o podermos fazer”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.