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Portos registam quebra de 4,3% nas mercadorias movimentadas até outubro

Redução de importação de recursos energéticos foi a principal razão para esta perda. Nos portos de Lisboa e de Setúbal, as greves dos estivadores também contribuíram para esta redução das mercadorias movimentadas.
18 Dezembro 2018, 09h30

Os portos do Continente movimentaram 77,8 milhões de toneladas de carga nos primeiros dez meses deste ano, o que traduziu uma quebra de 4,3% face ao período homólogo do ano passado.

Em termos absolutos, essa redução foi de 3,85 milhões de toneladas.

“Sines foi o maior responsável por este valor, uma vez que, devido à redução da importação de recursos energéticos, ‘perdeu’ 2,43 milhões de toneladas. uma redução de 5,7% do seu volume máximo histórico nos períodos homólogos. Além de Sines, também Lisboa registou um volume de carga ‘perdida’ de 671 mil toneladas, recuando 6,5%, bem como Leixões e Setúbal”, destaca um comunicado da AMT – Autoridade Metropolitana dos transportes, a que o Jornal Económico teve acesso.

Apesar deste comportamento negativo, os portos do continente registam um crescimento de 0,4% no número de unidades movimentadas no segmento da carga contentorizada, onde Sines e Leixões registaram variações positivas, com o primeiro a bater recorde”.

Já, “Lisboa e Setúbal registaram ‘perdas’ acentuadas, fruto da instabilidade laboral que se tem vindo a verificar”, observa a AMT.

Os portos de Aveiro, Figueira da Foz e Faro são os únicos portos a registar um aumento do volume de carga movimentada em outubro, com um acréscimo de 335,5 mil toneladas no seu conjunto.

“Destaque para Aveiro que, com um acréscimo de 6%, alcança o valor mais elevado de sempre nos períodos homólogos. O comportamento de Faro, que regista uma variação positiva de +73%, poderá ser justificado pela retoma da sua atividade na sequência da recente aquisição da Cimpor pelo grupo turco OYAK à brasileira Intercement”, adianta o referido comunicado.

No segmento dos contentores, constata-se que o sistema portuário do Continente movimentou cerca de 1,57 milhões de unidades e 2,51 milhões de TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento), correspondentes, respetivamente, a +0,4% e -0,5%, quando comparadas com igual período de 2017.

“No que diz respeito à carga contentorizada, o comportamento dos portos não foi homogéneo. No volume TEU apenas Sines e Leixões registaram variações positivas, respetivamente de +2,2% e +3,7%, face ao período homólogo de 2017 (+50,3 mil TEU no seu conjunto), tendo Sines atingido a marca mais elevada de sempre. Os restantes portos registaram variações negativas, com especial destaque para Lisboa que ‘perdeu’ -50,4 mil TEU, o equivalente a -12%, e para Setúbal que registou ‘perdas’ de -8 mil TEU, o equivalente a -6,3%”, esclarece a AMT.

Segundo a entidade reguladora do setor dos transportes, “a este comportamento não é alheio o clima de instabilidade laboral verificada principalmente no porto de Lisboa, mas também em Setúbal e Figueira da Foz, que tem determinado a transferência de tráfego entre os dois referidos grupos de portos”.

“Ainda neste segmento, o porto de Sines mantém a liderança com uma quota de 58,1%, superior em +1,5 pp [pontos percentuais] à máxima homóloga, registada em 2017. Na posição seguinte encontra-se Leixões, com 21,7%, que reflete um aumento homólogo de +0,9 pp [pontos percentuais]”, destaca a AMT.

 

 

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