Está para breve a constituição da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) que vai viabilizar a entrada de um investidor africano na estrutura do futebol sénior do Clube Desportivo Portosantense, disse ao Económico Madeira o presidente do clube, Vítor Menezes.
Sem adiantar pormenores do negócio ou sequer a identidade do investidor, o dirigente defendeu que o acordo foi alcançado “recentemente” e prevê uma revolução inna coletividade, com reflexos na economia portosantense.
Para além da recuperação do campo de futebol José Lino Pestana, o investimento em curso vai permitir criar um centro de estágios preparado para acolher equipas nacionais e estrangeiras.
“Queremos estabelecer protocolos com os hotéis locais, atrair equipas nacionais e estrangeiras para o futuro centro de estágios e potenciar o turismo-desportivo aqui na ilha”, adiantou.
Sem querer avançar o valor do montante global do investimento africano, Vítor Menezes disse que vão ser canalizados cerca de 200 mil euros para a reabilitação do campo de futebol – que passará a ser relvado natural – e das residências de acolhimento dos atletas, obras que devem ficar concluídas a meados da época desportiva em curso.
O novo investidor será sócio maioritário da SAD do Portosantense e passará a assegurar todas as despesas inerentes à atividade do plantel sénior, como sejam os gastos com a manutenção do relvado, a eletricidade e a água.
Em troca da cedência das instalações, o Clube atualmente em risco de colapso financeiro negociou também a amortização progressiva do seu passivo.
“Nós cedemos as infra-estruturas, o investidor vai amortizar progressivamente o passivo do clube. Em contrapartida, nos vamos receber atletas e dar-lhes visibilidade no contexto do futebol regional e nacional”, explicou Vítor Menezes.
O presidente do Clube Desportivo Portosantense acredita que o negócio vai ser bom para a coletividade e para o Porto Santo, na medida em que vai potenciar a restauração e a hotelaria local, contribuindo para combater a sazonalidade caraterística do destino turístico da Ilha Dourada.
Segundo o dirigente desportivo, a pacatez e o clima do Porto Santo terão sido fatores determinantes na entrada de capital estrangeiro no clube.
“Posso dizer que tive, no último ano, propostas de investidores asiáticos, do Brasil e de dois africanos. O clima e o sossego do Porto Santo constituíram grandes atrativos para estes empresários”, atestou Vítor Menezes.
Na corrida à SAD do Portossantense, ganhou o investidor “africano” que prefere manter-se, para já, no anonimato.
“Trata-se de uma empresa sediada na Madeira que é composta por dois madeirenses e por este grande investidor”, referiu o dirigente.
O negócio ganhou força no passado dia 28, altura em que os sócios do clube aprovaram, em assembleia geral, a proposta para criação de uma SAD.
Vítor Menezes regozija-se com a decisão, já que as dívidas acumuladas estavam a comprometer seriamente a viabilidade da coletividade, mas avisa que o atual investidor não terá autonomia total sobre a SAD.
Uma das exigências do clube passa pela manutenção de sete jogadores naturais do Porto Santo no plantel sénior.
Valorizar jogadores para garantir mais-valias financeiras
A criação de ‘um clube montra’ que valorize no mercado nacional os jogadores a trazer futuramente pelo investidor africano afigura-se como um dos meios de receita do Portossantense, depois de fechado o negócio em curso, mas acarreta novas responsabilidades que passam por atingir patamares competitivos mais altos.
Vítor Menezes traça a meta para o Campeonato de Portugal Prio, embora admita que as ambições do novo investidor passam pela Primeira Liga, onde a exposição mediática é muito superior e poderá servir de alavanca à carreira profissional dos jogadores.
“Acredito que é perfeitamente possível chegar ao Campeonato de Portugal de Seniores, penso que alcançar a Primeira Liga será muito difícil, mas vamos fazer tudo para isso”, refere.
Fundado em 1948, o Clube Desportivo Portosantense milita atualmente na Divisão de Honra Regional, mas marcou presença na II Divisão Nacional durante vários anos.
A coletividade chegou a acolher jogadores que, entretanto, se evidenciaram no futebol nacional. É o caso de Jorge Pires – consagrado como o melhor marcador da Segunda Liga na época passada – que vestiu a camisola do Portosantense na temporada 2004/2005 (II Divisão B).
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