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Portugal a meio da tabela no ‘ranking’ do sustentabilidade. Zero urge que seja adotada nova “estratégia”

Enquanto que no ranking europeu, Portugal sobe duas posições, no ranking mundial cai três. Apesar de ter “um conjunto de ferramentas legislativas e políticas em vigor”, a associação ambientalista Zero defende que devem ser adotadas “estratégias mais clara” sobre como o país pretende alcançar os objetivos para o desenvolvimento sustentável.
4 Janeiro 2022, 17h44

A Finlândia, Suécia e Dinamarca surgem no pódio do ranking europeu sobre desenvolvimento sustentável para 2021. No relatório, que avalia os países em termos de sustentabilidade, Portugal surge em vigésimo lugar (com 69,1 pontos) num total de 34 países avaliados a nível europeu, ou seja, duas posições acima de 2020. No entanto, a nível mundial, o país recuou três posições.

Apesar de se situar numa posição mais favorável este ano, a nível europeu, a associação ambiental Zero avaliou o documento e não tem dúvidas: “É preciso uma estratégia” para o futuro.

Num comunicado divulgado esta terça-feira, a associação liderada por Francisco Ferreira afirma que em relação a sete objetivos, “o relatório considera que temos desafios significativos pela frente”, nomeadamente, destaca a Zero, a nível da fome zero, cidades e comunidades sustentáveis e o consumo e produção responsáveis.

“Porém, o mais preocupante”, dizem, “são as áreas relacionadas com o ambiente, onde nas alterações climáticas, vida aquática e vida terrestre, não apenas temos grandes desafios pela frente como estamos estagnados em termos de resposta”.

O apelo surge na sequência da análise dos relatórios da Sustainable Development Solutions Network e do Institute for European Environmental Policy, relativo aos países europeus, e do cálculo e seriação a nível mundial do Índice de Desenvolvimento Sustentável (IDS), que mede a eficiência ecológica do desenvolvimento humano, reconhecendo que ele deve ser alcançado dentro dos limites do planeta. Portugal sai-se melhor na primeira análise, referente a 2021.

No caso do IDS, onde os últimos dados são referentes a 2019, Portugal desce três posições num total de 166 países avaliados, passando da 68ª posição para a 71ª posição (com 0,634 pontos num máximo de um). O índice é liderado pela Costa Rica com 0,850 pontos.

“Portugal é particularmente penalizado pela sua posição no que respeita à pegada material por pessoa, representando os recursos naturais utilizados, bem como pelas emissões de dióxido de carbono que contribuem para as alterações climáticas”, explica a Zero na mesma nota divulgada.

Apesar destes reparos, a associação ambientalista mantém o otimismo e acredita que Portugal pode ultrapassar com relativa facilidade os pontos mais negativos apontados pelas duas avaliações, uma vez que “tem um conjunto de ferramentas legislativas e políticas em vigor, ou em preparação, para enfrentar a maioria dos desafios”.

A questão é que o país ainda “não tem uma estratégia clara” sobre como planeia atingir os objctivos para o desenvolvimento sustentável, diz. E sem uma estratégia, conclui a Zero, “Portugal continua a não ter uma abordagem integrada e abrangente” nessa matéria.

O conselho deixado pela associação é que o Governo desenhe essa estratégia, e até deixa uma achega: “Não precisa de ser um documento extenso e complexo, mas sim uma coordenação de objectivos e metas.”

 

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