O Banco de Portugal divulgou as estatísticas da balança de pagamentos dos primeiros sete meses do ano. As contas externas portuguesas voltam a terreno negativo (défice quando no mesmo período do ano passado a balança era excedentária).
Nos primeiros sete meses do ano o saldo conjunto das balanças corrente e de capital foi negativo em 635 milhões de euros, o que compara com um excedente de 173 milhões de euros nos primeiros sete meses de 2017.
Para esta evolução negativa contribuíram sobretudo as balanças de bens e de rendimento primário.
Até julho, as exportações de bens e serviços cresceram 7,8%, sendo que o aumento foi de 7,9% nos bens e 4,7% nos serviços. Mas as importações aumentaram mais, subiram 8,6%, sendo que o aumento foi de 9,5z% nos bens e de 4,7% nos servicos.
Mas o grande contributo para o défice das contas externas foi o défice da balança de rendimento primário que aumentou 666 milhões para os 4.088 milhões de euros, devido ao aumento de dividendos pagos ao exterior.
De salientar que em comparação com o período homólogo as balanças de bens e serviços tiveram uma evolução em sentidos opostos. O défice da balança de bens aumentou 1.129 milhões enquanto o excedente da balança de serviços aumentou 858 milhões devido à rubrica viagens e turismo, essencialmente, cujomsaldo passou de 5.396 milhões para 6.222 milhões de euros.
A balança financeira (que explica o aumento de dividendos pagos ao exterior) é composta pelas balanças de investimento directo, investimento de carteira, derivados financeiros, outro investimento e activos de reserva.
A posição de investimento internacional dá, num dado momento do tempo, o valor e composição dos ativos (inclui o Investimento de Portugal no exterior) e passivos financeiros (inclui o Investimento do exterior em Portugal) entre residentes e não residentes.
Entre janeiro e julho, a balança financeira registou uma redução dos ativos líquidos de Portugal face ao exterior de 417 milhões. Neste período destacou-se o aumento de passivos das empresas não financeiras, resultante do investimento de não residentes em títulos de capital destas entidades. Destacou-se ainda o aumento de ativos do setor financeiro, fruto do investimento em títulos de dívida emitidos por entidades não residentes.
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