Portugal registou um défice de 0,2% do PIB no primeiro trimestre deste ano, o que compara com o excedente de 1,1% registado em igual período do ano passado. De acordo com os dados do INE divulgados esta segunda-feira, esta evolução resulta de um aumento de 11,0% da despesa face a 7,3% do lado da receita.
Os primeiros três meses do ano arrancaram com um saldo negativo de 118,9 milhões de euros nas administrações públicas, mostram os dados do INE. No detalhe, verifica-se um aumento assinalável de várias rubricas da despesa, com destaque para a despesa corrente: entre 11,6% de subida com encargos sociais, 9,6% com despesas com pessoal e uns assinaláveis 103,4% em subsídios, a despesa corrente subiu 11,1%.
Do lado da receita, o acréscimo de 7,1% é transversal a todas as componentes, salientando-se a subida de 30,4% na receita de capital.
O equilíbrio orçamental tem sido um tópico quente do arranque de legislatura, com o atual ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, a trocar acusações com o seu antecessor, Fernando Medina.
Os dados da Direção-Geral do Orçamento (DGO) mostravam já um défice em março, o último mês de Fernando Medina como responsável pela pasta das Finanças e também o último mês considerado nesta análise. A leitura da execução orçamental daquele mês mostrava um saldo negativo de 259 milhões de euros, embora tal se reportasse a uma análise em contabilidade pública.
Agora, os dados em contabilidade nacional confirmam a inversão do resultado histórico para as finanças portuguesas em 2023, quando se registou o primeiro excedente orçamental no arranque do ano.
[notícia atualizada às 11h19]
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