“As ações militares tomadas pelo Irão contra bases da coligação internacional [que luta contra o grupo extremista Estado Islâmico no Iraque], a que Portugal pertence, merecem a nossa condenação, mas apelamos também a todos os envolvidos para que usem da máxima contenção para evitarmos uma espiral de violência e uma escalada que nos afastará mais de uma solução pacífica, sustentada e duradoura para a estabilidade no Médio Oriente”, disse Augusto Santos Silva.
O chefe diplomacia portuguesa falava hoje, em Lisboa, à margem de um seminário sobre cooperação, cultura e língua, promovido pelo instituto Camões.
Questionado pelos jornalistas sobre se, face aos mais recentes acontecimentos, Portugal vai reforçar a segurança da embaixada portuguesa em Teerão, no Irão, Santos Silva evocou os protocolos de segurança existentes.
“Temos os protocolos de segurança requeridos pela presença de cidadãos portugueses nos países ou regiões onde haja situações de emergência ou críticas, que ativamos sempre que necessário, e temos protocolos de segurança para as embaixadas, consulados ou pessoal diplomático, que pela sua natureza não são públicos, nem podem ser divulgados publicamente”, disse.
Mais de uma dúzia de mísseis iranianos foram lançados hoje de madrugada contra aquelas duas bases iraquianas – em Ain al-Assad e Erbil – que albergam tropas norte-americanas.
Esta ação foi assumida pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação de vingança” da morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds, que morreu na sexta-feira num ataque aéreo em Bagdad, capital do Iraque, ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
O Departamento de Defesa norte-americano confirmou que “mais de uma dúzia de mísseis” iranianos foram disparados contra as duas bases, mas não indicou se resultaram vítimas dos ataques.
Na sua conta no Twitter, numa primeira reação, Trump disse que “está tudo bem”, sublinhando que estava em curso a avaliação de vítimas e danos, e prometeu pronunciar-se hoje sobre a situação.
A televisão estatal iraniana afirmou que os mísseis mataram 80 norte-americanos, citando uma “fonte informada” junto dos Guardiães da Revolução.
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