Portugal e Espanha escreveram uma carta à Comissão Europeia a exigir mais interligações elétricas com o resto da Europa, isto é, com França.
Depois do apagão ibérico de 28 de abril, Lisboa e Madrid voltam a unir esforços para colocar o tema na agenda e derrubar a intransigência de Emmanuel Macron.
“Consideramos que é essencial reiterar – agora, com ainda maior urgência – que é imperativo agir decisivamente”, segundo a carta a que o JE teve acesso destinada ao comissário europeu para a Energia Dan Jorgensen.
Os dados revelam que a interligação elétrica entre a Península Ibérica e França situa-se nos 3%, “ainda longe” das metas de 10% e de 15% para 2020 e 2030, “sendo um risco sistémico para o restante sistema energético europeu”.
“Estamos a contactar a Comissão Europeia mais uma vez, para novamente reiterar o nosso apelo para um ímpeto politico renovado, para tomar vantagem da moldura legal atual e futura, em particular no contexto do futuro Pacote de Redes”, segundo a carta assinada por Maria da Graça Carvalho e Sara Aagesen.
“A conclusão das interligações elétricas na Península Ibérica já não é uma opção: é partilhar responsabilidade para o futuro energético da Europa”, de acordo com as duas ministras.
Lisboa e Madrid propõem um encontro com o comissário europeu para discutir o tema.
Portugal e Espanha também querem um encontro ministerial em 2025 para, em conjunto com França e Bruxelas, haver um acordo com metas e datas específicas em linha com as metas europeias nas próximas décadas.
As ministras argumentam que a falta de integração das redes elétricas “restringe a total exploração do potencial renovável no sudoeste europeu, aumento preços de eletricidade, mina a segurança de abastecimento e reduz a capacidade coletiva de responder efetivamente a crises ou disrupções em mercados energéticos”.
“Apelamos novamente à Comissão Europeia para dar uma prioridade urgente à conclusão destas infraestruturas críticas”, referindo-se às duas interligações via Pirinéus que fizeram parte da lista de projetos prioritários europeus em 2021.
“Um compromisso político e financeiro firme é preciso, a todos os níveis, para assegurar a integração efetiva da Península Ibérica no sistema energético europeu”, acrescentam.
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