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Portugal e França estão cada vez mais interligados

O volume e o peso das relações comerciais de Portugal com França tem aumentado nos últimos anos, significando uma maior interligação entre as duas economias. Ao tradicional investimento de pendor mais industrial, que é relevante e que se mantém, nota-se o incremento forte nos serviços.
23 Setembro 2018, 21h00

O volume e o peso das relações comerciais de Portugal com França tem aumentado nos últimos anos, significando uma maior interligação entre as duas economias. Ao tradicional investimento de pendor mais industrial, que é relevante e que se mantém, nota-se o incremento forte nos serviços. É verdade que há um interesse crescente pelo investimento em Portugal na área dos Business Service Centers, devido à reconhecida capacidade técnica instalada e ao preço competitivo. Depois, claro, o crescente fluxo turístico define a tendência.

Segundo a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a França é já o segundo maior mercado para as exportações portuguesas, a seguir à Espanha, tendo ultrapassado a Alemanha. Absorve 3,4% das exportações portuguesas. Cerca de 60% do valor exportado para o mercado francês foram bens e 40% foram serviços. Por outro lado, a França é o terceiro fornecedor de Portugal, representando 8% das importações. A balança comercial é superavitária e o diferencial tem aumentado desde 2013, chegando aos 4,85 mil milhões de euros.

 

Automóveis como principal mercadoria

Do lado dos bens, a França manteve no ano passado a segunda posição entre os clientes de Portugal, representando 12,5% deste tipo de exportações. O que exporta Portugal? Veículos e outro material de transporte (representa 17% das vendas), máquinas e aparelhos, metais comuns, plásticos e borracha e calçado. Em conjunto, estes itens representaram mais de metade do total.

Na volta do correio, ainda neste segmento de bens, a França ocupou a terceira posição entre os fornecedores de Portugal, representando 7,4% das importações.

Já no caso dos serviços, diz a AICEP que “o mercado francês tornou-se o primeiro cliente dos serviços portugueses em 2017”, representando 15% do total exportado por Portugal. Manteve o terceiro lugar enquanto fornecedor de serviços, com um peso de 9,1% do total importado.

A explicação desta evolução é o boom turístico que se tem vivido em Portugal. Segundo o Banco de Portugal, as viagens e o turismo foram os principais responsáveis para o saldo positivo da balança de serviços, entre Portugal e a França, no ano passado, representando 54,6% do total dos serviços exportados.

 

A rede portuguesa de empresas

Nota para uma questão: o aumento das trocas comerciais entre os dois países está diretamente ligado ao aumento do investimento direto, especialmente da França em Portugal. Empresas francesas instaladas em Portugal exportam para França e também compram bens e serviços gauleses.

Diz a AICEP que “os incentivos fiscais e a flexibilidade introduzida na legislação laboral são muito apreciados pelas empresas e agentes económicos franceses. Para além destas medidas, a proximidade geográfica, cultural, a facilidade de comunicação, a estabilidade política e o esforço de recuperação económica do país, bem como o reconhecimento e prestígio da comunidade portuguesa em França”. E é este último ponto que também pesa nas relações: uma rede de cerca de 45 mil empresas de matriz portuguesa espalhadas por todo o território de França, que consomem e projetam Portugal.

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