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Portugal é o quarto país europeu com mais trabalhadores com contratos a prazo

Os dados revelados este sábado pela Pordata, para assinalar o Dia do Trabalhador, mostram que um em cada cinco trabalhadores portugueses tem um contrato a prazo e que, em 2019, 11% da população empregada vivia com rendimentos inferiores ao limiar de risco de pobreza. 
1 Maio 2021, 11h13

Portugal é o quarto país entre os Estados-membros da União Europeia (UE) com mais trabalhadores com contratos a prazo. Os dados revelados este sábado pela Pordata, para assinalar o Dia do Trabalhador, mostram que um em cada cinco trabalhadores portugueses tem um contrato a prazo e que, em 2019, 11% da população empregada vivia com rendimentos inferiores ao limiar de risco de pobreza.

Segundo o relatório divulgado pela Pordata com um conjunto de dados estatísticos sobre o mercado de trabalho, 18% dos trabalhadores portugueses têm contratos a prazo, um valor que está acima da média dos 27 países da UE, que é de 14%. Apenas a Espanha, Polónia e os Países Baixos ficam à frente de Portugal com mais trabalhadores com contratos a prazo.

Por outro lado, 17% dos trabalhadores portugueses trabalham por conta de outrem e 10% trabalham apenas a tempo parcial. No que toca ao trabalho parcial, o recurso em Portugal é de quase metade em Portugal face à UE, cuja média é de 19%. Nos Países Baixos, mais de metade dos trabalhadores estão a tempo parcial e, na Alemanha, Áustria, Bélgica esta é uma realidade para pelo menos um quarto dos trabalhadores.

Os dados mostram também que 11% da população empregada em Portugal, em 2019, vivia com rendimentos inferiores ao limiar de risco de pobreza, encontrando-se o país entre os cinco países da UE com maior risco de pobreza entre trabalhadores. Roménia, Espanha, Luxemburgo e Itália completam o top 5 dos países com mais população empregada em risco de pobreza.

Mais horas trabalhadas mas menos produtividade face à UE

Os dados da Pordata revelam também que Portugal é um dos seis países da UE com menor produtividade, o que quer dizer que gera menos riqueza por hora de trabalho. Em média, os trabalhadores portugueses trabalham 36 horas por semana e produzem 23 euros por hora. Na Europa a 27, o número de horas trabalhadas é de 31 horas semanais, mas a produtividade é de 40 euros por hora.

A Bulgária, Grécia e Letónia os “menos produtivos” da UE, enquanto a Irlanda, Luxemburgo e Dinamarca lideram a lista de países europeus que geram mais riqueza por hora trabalhada.

Quase metade dos empregadores em Portugal tem, no máximo, o ensino básico (46%), uma percentagem superior em 29 pontos percentuais à média da UE27 (17%). Por sua vez, há uma maior aproximação dos trabalhadores com ensino superior face à média europeia (32% face a 38%). Em Portugal, 32% dos trabalhadores têm o ensino superior, enquanto na UE esse valor é de 38%.

Taxa de desemprego inferior à média da UE, exceto nos jovens e mais velhos

Portugal é também o terceiro país com maior taxa de atividade entre pessoas com 65 ou mais anos (11,7%), a seguir à Estónia e Irlanda, e com mais do dobro da média europeia (5,7%). A população ativa (pessoas com idade mínima de 15 anos disponíveis para trabalhar) é de cerca de cinco milhões e, por cada 100 pessoas, 59 estão no mercado de trabalho (empregadas ou desempregadas), contra 56 na média da UE.

O relatório da Pordata mostra ainda que Portugal apresenta taxas de desemprego inferiores às da média da UE, exceto nos grupos etários dos mais jovens e dos mais velhos. A percentagem de jovens entre os 15 e 19 anos desempregados em Portugal é de 32%, face aos 21% na UE. Já a percentagem de pessoas entre os 60 e 64 anos sem emprego é de 7% em Portugal, contra os 5% da média da UE a 27.

A taxa de jovens entre os 15 e 29 anos que não trabalham nem estudam é de 11%, abaixo da média da UE, de 14%. A Itália, Grécia e Bulgária registam taxas acima de 18%, enquanto o Luxemburgo, a Suécia e os Países Baixos têm menos de 8% dos jovens sem trabalhar nem estudar.

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