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Portugal emite 1.250 milhões de euros em dívida a curto prazo com taxas mais negativas

Com o leilão duplo desta quarta-feira, 66,67% do financiamento em dívida a curto prazo previsto pelo Tesouro no primeiro trimestre já foi coberto.
  • Cristina Bernardo
19 Fevereiro 2020, 10h56

Portugal pagou esta quarta-feira taxas mais negativas para se financiar em 1.2500 milhões de euros, num leilão duplo de dívida a três e onze meses, face ao último leilão comparável, de outubro. O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu o montante máximo pretendido.

O Tesouro colocou 950 milhões de euros em dívida a 11 meses, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,484%, que compara com os -0,45%, conseguidos em outubro. A procura superou a oferta em 1,47 vezes.

Nos Bilhetes do Tesouro a três meses, o IGCP emitiu 300  milhões de euros, com uma yield de -0,50%, que compara com os -0,475% do anterior leilão. A procura superou a oferta em 3,49 vezes.

Este ano, Portugal já emitiu dívida a curto prazo, tendo pago taxas mais negativas do que no último leilão para emitir BT a seis e 12 meses. Num leilão duplo, emitiu 1.750 milhões de euros, o montante máximo pretendido. O Tesouro colocou 1.250 milhões de euros em dívida a 12 meses, tendo pago uma taxa média ponderada de -0,482% e nas BT a seis meses emitiu 500 milhões de euros, com uma yield de -0,487%.

Segundo o programa de financiamento para 2020, o Tesouro prevê que o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2020 deverá situar-se em cerca de 9,5 mil milhões de euros, com 1,3 mil milhões de euros através de dívida a curto prazo.

No primeiro trimestre, o IGCP prevê angariar até 4.500 milhões de euros na emissão de dívida a curto prazo. Com a emissão desta quarta-feira, 66,67% do financiamento em dívida a curto prazo previsto pelo Tesouro nos primeiros três meses do ano já foram cobertos.

“O crescimento mais anémico que temos presenciado pelo mundo, aliado de um novo risco, o Coronavirus, não tem permitido uma mudança de discurso por parte dos Bancos Centrais, o que faz com que as políticas acomodatícias que estão implementadas para já permaneçam. O vislumbre de uma subida de taxas para já é distante e como tal a procura por yield continua”, explica o diretor de gestão de ativos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

O analista realça que apesar de Portugal “já emitir “regularmente” em leilões de curto prazo com taxas negativas, ainda o faz com um custo inferior a outras geografias por isso continua a ser atrativo para os investidores que necessitam de ter investimentos em instrumentos de dívida de curto prazo”.

[Atualizado às 11 horas] 

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