A economia portuguesa encolheu 16,5% no segundo trimestre, face ao período homólogo, naquela que é a maior contração da série histórica do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em cadeia, o recuo foi de 14,1%.
“Refletindo o impacto económico da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração em termos reais no segundo trimestre de 2020, tendo diminuído 16,5% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior”, explica o organismo de estatística, nos dados revelados esta sexta-feira.
Segundo o INE, a contração em termos homólogos dos meses mais penalizados pela pandemia resulta principalmente do contributo negativo da procura interna, “que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do investimento”.
Paralelamente também se acentuou o contributo negativo da procura externa líquida, como reflexo da diminuição “mais significativa” das exportações de bens e serviços do que a observada nas importações de bens e serviços “devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes”.
Na comparação em cadeia, o PIB caiu 14,1%, o que compara com a diminuição de 3,8% no trimestre anterior, como resultado do contributo negativo da procura interna, tendo-se verificando igualmente um maior contributo negativo da procura externa líquida.
INE passa a divulgar estimativas a 30 dias
O INE antecipou a publicação dos dados sobre a evolução do PIB para esta sexta-feira devido à crise provocada pela pandemia, dando início à divulgação de estimativas a 30 dias.
“Dado o contexto atual em que o conhecimento de informação económica, ainda que forçosamente incompleta, tem uma particular urgência, o INE decidiu antecipar a divulgação de resultados para o segundo trimestre de 2020, tal como se espera que aconteça com outros estados membros da União Europeia”, explica o organismo de estatística.
O INE arranca com a divulgação de estimativas rápidas a 30 dias para as taxas de variação do PIB trimestral em volume, mantendo no calendário a habitual divulgação a 45 dias da estimativa respeitante ao segundo trimestre, que neste caso será a segunda estimativa, e que será divulgada no dia 14 de agosto. Os dados finais serão confirmados a 31 de agosto, com a publicação das contas nacionais trimestrais.
“Naturalmente, a divulgação mais precoce de resultados comporta uma maior probabilidade de revisões mais significativas que as que ocorrem com estimativas a 45 dias, refletindo quer as incertezas associadas à pandemia quer o menor volume de informação primária disponível”, nota no relatório divulgado esta sexta-feira, realçando que “esta antecipação na disponibilidade de informação macroeconómica permite também alinhar Portugal com outros países, designadamente da União Europeia”.
(Atualizado às 09h53)
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com