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Portugal entra em recessão técnica. Economia tomba 16,5% no segundo trimestre

A pandemia penalizou a economia especialmente os meses entre abril e junho, numa contração histórica. Analistas e governos antecipam que a queda do segundo trimestre será a mais forte este ano.
31 Julho 2020, 09h30

A economia portuguesa encolheu 16,5% no segundo trimestre, face ao período homólogo, naquela que é a maior contração da série histórica do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em cadeia, o recuo foi de 14,1%.

“Refletindo o impacto económico da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração em termos reais no segundo trimestre de 2020, tendo diminuído 16,5% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior”, explica o organismo de estatística, nos dados revelados esta sexta-feira.

Segundo o INE, a contração em termos homólogos dos meses mais penalizados pela pandemia resulta principalmente do contributo negativo da procura interna, “que foi consideravelmente mais negativo que o observado no trimestre anterior, refletindo a expressiva contração do consumo privado e do investimento”.

Paralelamente também se acentuou o contributo negativo da procura externa líquida, como reflexo da diminuição “mais significativa” das exportações de bens e serviços do que a observada nas importações de bens e serviços “devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes”.

Na comparação em cadeia, o PIB caiu 14,1%, o que compara com a diminuição de 3,8% no trimestre anterior, como resultado do contributo negativo da procura interna, tendo-se verificando igualmente um maior contributo negativo da procura externa líquida.

INE passa a divulgar estimativas a 30 dias 

O INE antecipou a publicação dos dados sobre a evolução do PIB para esta sexta-feira devido à crise provocada pela pandemia, dando início à divulgação de estimativas a 30 dias.

“Dado o contexto atual em que o conhecimento de informação económica, ainda que forçosamente incompleta, tem uma particular urgência, o INE decidiu antecipar a divulgação de resultados para o segundo trimestre de 2020, tal como se espera que aconteça com outros estados membros da União Europeia”, explica o organismo de estatística.

O INE arranca com a divulgação de estimativas rápidas a 30 dias para as taxas de variação do PIB trimestral em volume, mantendo no calendário a habitual divulgação a 45 dias da estimativa respeitante ao segundo trimestre, que neste caso será a segunda estimativa, e que será divulgada no dia 14 de agosto. Os dados finais serão confirmados a 31 de agosto, com a publicação das contas nacionais trimestrais.

“Naturalmente, a divulgação mais precoce de resultados comporta uma maior probabilidade de revisões mais significativas que as que ocorrem com estimativas a 45 dias, refletindo quer as incertezas associadas à pandemia quer o menor volume de informação primária disponível”, nota no relatório divulgado esta sexta-feira, realçando que “esta antecipação na disponibilidade de informação macroeconómica permite também alinhar Portugal com outros países, designadamente da União Europeia”.

(Atualizado às 09h53)

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