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Portugal entre os países que sofreram mais ataques de ‘ransomware’ em janeiro

Os Estados Unidos encabeçam a tabela com um total de 63 ciberataques desta natureza, seguindo-se o Reino Unido com 15, a Austrália e o Canadá com sete. Portugal encontra-se em sétimo lugar, com quatro.
10 Fevereiro 2023, 13h34

Portugal está entre os países do mundo que sofreram mais ataques informáticos de ransomware – os que envolvem um pedido de resgate das informações furtadas pelos hackers– durante o primeiro mês deste ano. Os dados constam de um dos últimos relatórios da equipa de Threat Intelligence da DarkFeed/DeepWeb – “Top Targeted Countries – January 2023”.

Numa altura em que se assinala um ano após o ciberataque à Vodafone, que afetou as telecomunicações de milhares de consumidores, Portugal ficou agora em sétimo lugar de um ranking global onde não deveria estar: o da pirataria informática que requer uma espécie de sequestro de dados.

Segundo os especialistas da DarkFeed/DeepWeb, os Estados Unidos encabeçam a tabela com um total de 63, seguindo-se o Reino Unido com 15, a Austrália e o Canadá com sete, a Alemanha com seis e a França com cinco. Logo depois, surge então Portugal, Itália e México, cada um com quatro ciberataques desta natureza.

A tecnológica portuguesa Visionware, dedicada à cibersegurança, considera que esta posição de Portugal no top 10 dos países que mais sofreram ataques ransomware no primeiro mês de 2023 é um sinal de “alerta” e um “facto que não marca positivamente o início do ano na perspetiva da segurança de informação”.

Para o CEO da VisionWare, Bruno Castro, os ataques cibernéticos são “as novas armas usadas contra a segurança como um todo, para atacar infraestruturas críticas nas sociedades”. Como tal, a empresa que lidera lançou, no final do ano passado, um centro de operações e análise a ameaças cibernéticas à escala mundial, denominado VisionWare Threat Intelligence Center.

“A criação deste centro permite agora agregar especialistas que, através de um modelo sólido de análise em tempo real, respondem às necessidades dos nossos clientes e parceiros, em Portugal, mas também pelo mundo”, explica o gestor. “Desenvolve-se em consonância com o apelo do Governo para uma maior atenção da sociedade civil face ao perigo iminente das novas ameaças e riscos globais”, sublinha Bruno Castro.

O relatório da Dark Feed/Deep Web detalha ainda que os grupos mais ativos em janeiro foram os seguintes: Lockbit, Conti, OPYSA, BlackCat, REvil, HiveLeaks, Dopple Leaks, Vice Society, CLOP e AvosLocker.

“Devido ao incremento (e manutenção) do trabalho remoto, motivado e acelerado pela pandemia, estima-se que, estes ataques [de ransomware] aumentaram 148% em todo o Mundo. O ransomware constitui por isso, uma ameaça visível para milhares de organizações e empresas. Os protagonistas deste tipo de ciberataques sabem que o seu modelo de negócio, altamente destrutivo, terá garantia de sucesso contínuo, desde que consigam inovar as suas técnicas de exploração e formatos de dispersão dentro da organização”, adverte ainda a Visionware.

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