Portugal tem características sociodemográficas, políticas e económicas que o tornam “menos exposto a estratégias de destabilização”, mas há “o surgimento de agressividade na linguagem” de novos partidos, conclui o estudo do consórcio Iberifier hoje divulgado.
Apesar de Portugal apresentar “características sociodemográficas, económicas e políticas que o tornam menos exposto a estratégias de desestabilização”, o relatório “Análise do impacto da desinformação na política, economia, sociedade e questões de segurança, modelos de governança e boas práticas: o caso de Espanha e Portugal”, afirma que há sinais de alerta.
Há hoje “um surgimento de agressividade na linguagem pública dos novos partidos de extrema-direita (o Chega), com efeitos propagandísticos e de radicalização nos media e redes sociais”, embora o país mantenha “uma relativa estabilidade social na ausência de problemas socialmente fraturantes”.
O relatório, elaborado pelo Observatório Ibérico de Media Digitais e da Desinformação, Iberifier, da qual a Lusa é parceira, adianta que a presença dos partidos nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, “não coincide com a representação parlamentar” e que “os partidos menores e mais radicalizados liderança na atividade e partilha de publicações”.
O relatório indica também que “foi detetada pouca pegada de desinformação da parte do Governo e da oposição durante a comunicação realizada nas campanhas eleitorais”.
Embora sem medir efeitos, um outro alerta é deixado pelos investigadores: o poder de influência das redes sociais nos media.
Apesar de os “media convencionais não estarem necessariamente a ser a origem da desinformação, a porosidade de fronteiras” põe “a questão de a desinformação estar a influenciar a agenda noticiosa”.
O Iberifier é um projeto que visa combater a desinformação e integra 23 centros de investigação e universidades ibéricas, as agências noticiosas portuguesa, Lusa, e espanhola, EFE, e fact checkers como o Polígrafo e Prova dos Factos – Público, de Portugal, e Maldita.es e Efe Verifica, de Espanha.
O consórcio é um dos 14 observatórios multinacionais de meios digitais e desinformação promovido pela Comissão Europeia e inclui, entre outras, a Universidade Carlos III, de Santiago de Compostela, de Espanha, e ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa e Universidade de Aveiro, de Portugal.
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